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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

a saga de um comboio vazio

21.12.10

 

 

 

Encontrei uma notícia que espelha bem o estado deplorável a que chegou o conceito de serviço público. Ora leia.

 

Comboio vazio para inauguração de variante ferroviária

 

"O Governo fez a CP deslocar no domingo um comboio Alfa Pendular vazio de Lisboa a Alcácer do Sal para a inauguração da variante ferroviária, ao mesmo tempo que meia centena de automóveis com convidados e jornalistas faziam o mesmo trajecto por estrada. A cerimónia incluiu um passeio de comboio no novo troço de 29 quilómetros, tendo a composição regressado a Lisboa novamente vazia.(...)

(...)Na cerimónia da inauguração da variante de Alcácer podia contar-se cerca de meia centena de automóveis no exterior e entre 80 e 100 pessoas na sala. Num cálculo por baixo, contando 90 pessoas e 40 automóveis que tenham viajado de Lisboa ao local com as comitivas do Governo e administradores e quadros da Refer e da CP, bem como equipas de reportagem de jornalistas, chega-se à conclusão de que foram emitidos 32 quilos de CO2 e que os custos externos do automóvel atingiram 1352 euros. Se a viagem de ida e volta fosse realizada no Alfa Pendular com toda a comitiva dentro, os custos ambientais teriam sido de 374 euros. O PÚBLICO perguntou à CP e à Refer por que motivo não foi utilizado o comboio para aquela inauguração ferroviária, uma vez que o próprio discurso político colocava a tónica neste modo de transporte como mais económico e amigo do ambiente, mas não obteve resposta.(...)"

solução alargada

21.12.10

 

 

As sociedades do centro e do sul da europa enfrentam um desafio que se acreditava a caminho da diluição: a luta de classes. Com um número muito inferior de operários e quase sem camponeses, essas comunidades assistem à constante diminuição das denominadas classes médias, ao empobrecimento acentuado de largas fatias da população e ao enriquecimento sem paralelo de uma minoria. Esta nova realidade enreda-se num monstruoso somatório de minutas e directórios que recorda a central do antigo estado soviético, que se classifica como poder central europeu e cujos membros se fazem pagar a preços elevadíssimos com uma corte que inclui um número muito apreciável de ajudantes.

 

Para complicar a solução europeia, existe uma crescente suspeita da pior americanização: "Crise é o resultado da "luta de classes contra os mais pobres" realizada pelo sistema financeiro norte-americano com a cumplicidade do poder político" na opinião de Joseph Stiglitz. E acrescenta: "(...) A actual crise resulta da "corrupção ao estilo americano"(...)".

 

Esta doença europeia tende a alargar-se e poderá originar convulsões sociais impensáveis há pouco mais de cinco anos.