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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

lúcidos e realistas

16.12.10

 

 

 

Uma sociedade que queira mesmo elevar os seus níveis de escolaridade, e por via disso da qualidade de vida, tem de reduzir as desigualdades sociais e eliminar a pobreza. Tem de estabelecer esses objectivos sem tibiezas, como primordiais e sem recuos de circunstância. Tem de organizar um estado eficiente, sem corrupção e que não proporcione benesses de qualquer espécie. Tem de eliminar as oligarquias partidárias que se servem do estado e não pode tolerar a ocupação de cargos financiados pelo erário público sem eleição ou concurso transparente. E podíamos estar a noite a debitar as verdadeiras características de uma sociedade livre, democrática e razoável. Repare-se no detalhe que pode ler a seguir em relação às causas da pobreza.

 


Portugueses acreditam que quem nasce pobre, pobre permanecerá

 

"Os portugueses parecem acreditar pouco na ascensão social. Quando questionados sobre quais as razões porque as pessoas são pobres, o facto de se crescer numa família com necessidades e de não se ter recebido apoio dos familiares e amigos nas alturas certas é a principal explicação avançada. Uma percepção que diverge da média da UE que aponta antes para a falta de qualificações como o principal motivo da pobreza.(...)"

em eduquês e em má burocracia

16.12.10

 

 

 

Há tempos, talvez em 2008, escrevi um post em que afirmei que o modelo de avaliação de professores que o SPGL andava a divulgar como alternativo ao do ME era preenchido pela mesma má e inexequível burocracia; mudava apenas alguma nomenclatura.

 

Os últimos acontecimentos reforçam o que se sabia: eram almas gémeas os que se entenderam em 2008 ou acordaram (salvo seja) em 2010. A mesa de negociação onde se sentaram o ME e a plataforma de sindicatos estava decorada de eduquês e de toda toda a tralha burocrática que empurrou o poder democrático para fora da escola e conduziu o país a uma falência perpetrada pela oligarquia instalada.

sua excelência, o activista

16.12.10

 

 


 

 

 

 

Sua Excelência ruborizava-se amiúde: a sua solenidade estava bem decretada: educar os corpos perdidos no tempo e no espaço, e agora, também, no ciberespaço; e todos; e finalmente; e para sempre; e.


Era uma sina sideral, digamos assim. Sua Excelência conhecia mais da astrologia do que da astronomia e existia em permanente alteridade cósmica: nunca saía do outro. Sua Excelência perscrutava com tanto método a vida alheia que o seu corpo se tinha deslocado de si para lugar nenhum.

Sua Excelência, actvista, nobre e altruísta, não entendia a sua intima fatalidade: os seus propósitos não sufragavam.

 

(A reedição deste pequeno texto da rubrica "sua excelência" deve-se a um fenómeno antigo e que tem conseguido particular evidência nas pessoas que ocupam cargos no ministério da Educação (de governo e outros logo a seguir) e nalguns dos mais inflamados radicais que estavam na luta dos professores (daqueles que até vertiam lágrimas durante as suas oratórias e nas páginas mais mediáticas e que incitavam quem quer que vacilasse para uma luta extrema e sem tréguas): quando os antigos e antigas fervorosos sindicalistas, activistas que não aceitavam a livre discordância dos seus pares profissionais, gente que propalava uma auto-inundação de pergaminhos de luta, passa a ocupar cargos executivos ou de decisão na esfera governativa, revela e pratica os tiques mais detestáveis dos déspotas que pululam nas mais diversas atmosferas das nossas sociedades; isto também se aplica aos tais corajosos e inflamados activistas das causas dos professores que agora se "sacrificam" de um modo que não me apraz registar mas que nunca nos deve surpreender; o tempo encarregar-se-á, ou não, claro, dos naturais esclarecimentos. 1ª edição em 22 de Abril de 2008)