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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

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PIB, Educação e PISA, reduzidos numa folha de Excel

26.07.10

 

"PIB, Educação e PISA, reduzidos numa folha de Excel" é o título que o blogger Miguel Pinto escolheu para um post onde desconstrói uma notícia do Expresso. Não sei se a referência à folha de cálculo tem algum relação com a preocupante preferência manifestada pelo actual presidente do PSD; é que o uso exclusivo dessa ferramenta nos tempos que correm pode originar um handicap semelhante a alguém que diz que não pode escrever porque não tem tinta no tinteiro.

 

Mas voltando ao oportuno post do Miguel Pinto, aqui, ele tem um parágrafo lapidar e que a sociedade portuguesa teima em não considerar: "Se a condicionante-chave é a formação dos pais do aluno, o problema dos resultados encontra-se fora da escola. Para o bem e para o mal, não martirizem as escolas e os professores por algo que os transcendem". Mas leia o post todo e tire as suas conclusões.

sentido de estado

26.07.10




Estava a ler alguns textos sobre Educação. Deparei com um pedaço que pode ser útil, tendo em consideração a actualidade. Escrevi-o no ano de 2006, salvo erro (isto de citar-me não é um bom sinal, mas enfim).

 

"Lembro-me de uma situação que elucida bem o que quero dizer: estávamos em pleno 2002, no final de um período escolar, e tínhamos o nosso sistema de obtenção e fornecimento da informação, em tempo real, bem optimizado e a proporcionar um bem-estar organizativo sem paralelo; nestas alturas, e entre classificações, faltas, actas e relatórios, são lançados mais de 100 mil dados num processo final que decorre em cerca de três dias; a meio do segundo dia recebemos um fax, com o sinal de urgente, e assinado por um governante, que determinava: "todas as pautas de classificações e faltas, devem obedecer ao modelo x da imprensa nacional e preenchidas em duplicado" (a dita imprensa nacional - em plena era da informação e do conhecimento, pasme-se - tinha sido objecto de um avultado investimento para a produção de impressos normalizados e poucos os adquiriam - pode parecer um história do outro mundo, mas não é -).
Está a imaginar meu caro leitor? Tudo informatizado, exportações para o sítio da internet garantidas, reuniões com os dados todos digitalizados (sem um único papel ou assinatura) e assalta-nos este dilema. Tinham sido meses de antecipação, de organização, de muito trabalho e de várias testagens por amostra. A circular foi imediatamente para o triturador e não cumprimos a determinação: até tivemos vergonha de afixar aquela coisa para conhecimento dos membros da nossa comunidade, a sério: sentido de estado".



rilke

26.07.10

 


A nona elegia.


Porquê, se é possível viver o prazo da existência,
até ao seu termo, como loureiro, um pouco mais escuro do que
todos os outros tons de verde, com pequenas ondas no rebordo
da folhagem (como o sorriso de um vento) -: porquê então esta
forçosa existência humana -, e, evitando o destino,
ter saudades do destino?...

(continua)

Rainer Maria Rilke.
As Elegias de Duíno,
Tradução de Maria Teresa Dias Furtado,
Assírio & Alvim.