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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

há quem não cruze os braços

01.06.10

 

 

Foi daqui

 

 

 

Tenho escrito muito sobre a ausência de sociedade no combate às desigualdades escolares. Por mais voltas que se dê à organização do sistema escolar, o nível socio-económico da população é determinante para o sucesso escolar e educativo. Desde há muito que se sabe que a escola é incisiva em cerca de 10 por cento desse objectivo, cabendo nessa pequena parte uma fatia significativa aos professores.

 

O que impressiona em Portugal são os permanentes sinais de desinteresse escolar e de "abandono" familiar logo nos primeiros anos de escolaridade. E ninguém é responsável; ninguém mesmo. Talvez umas ameaças, justas ou injustas, em relação ao rendimento social de inserção e nada mais.

 

Já o enunciei e volto a fazê-lo: se a nossa babilónica divisão administrativa só considera claramente dois níveis, o central e o local, então que se responsabilize os concelhos por esta tragédia anunciada. A não ser assim, as turmas de currículos alternativos e os cursos de educação e formação continuarão a proliferar em cada geração como uma espécie de parque de estacionamento dos centros de emprego e formação profissional e dos serviços prisionais.

 

Há quem faça qualquer coisa no sentido positivo; o que pode ler aqui é significativo.

valentões

01.06.10

 

Foi daqui

 

 

 

 

Em ano eleitoral foi o despesismo que se sabe: cenouras em doses significativas, como se refere aqui, mais os gastos centralistas no sistema escolar que teimam em alimentar os aparelhos do bloco central e depauperam as finanças da nação. Feitas as contas, há que voltar ao programa de 2005.

 

Valentes fechos de escolas (em alguns casos uma medida quase incontestável e positiva) e amontoados organizacionais com a pomposa denominação de agrupamento a servir de engodo.

 

Como pode ler na notícia que se segue, a ideia dos mega-agrupamentos vai fazendo o seu caminho. A fusão do que existe parece varrer o país de norte a sul e de este a oeste. Os arquitectos do parque escolar concebem mais uma espécie de divisão administrativa (para acrescentar às 38 já existentes - Teotónio Pereira referiu esse número em 2002 -) centralizando a megalomania no edificado em favor da anti-crise financeira. Valha-nos não sei o quê.

 

O Ramiro Marques faz, aqui, um breve balanço que deve ser lido com atenção.

 

"A investigação independente sobre a relação entre o tamanho das escolas e o aproveitamento dos alunos não deixa margem para dúvidas.

 

Os alunos aprendem melhor em escolas de pequena e média dimensão.

A indisciplina e a violência escolares são mais reduzidas nas pequenas escolas.

Os professores e os alunos têm maior satisfação, empenhamento e motivação quando trabalham e estudam em escolas de pequena e média dimensão.

 

Os socialistas preparam em segredo mais uma tragédia para a escola pública portuguesa: a criação de mega-agrupamentos. Esses mega-agrupamentos vão originar gigantescas unidades de gestão onde impera o anonimato, a despersonalização, a indisciplina generalizada, o absentismo e a quebra na qualidade das aprendizagens."

 

Governo vai fechar meio milhar de escolas até final do ano lectivo

"O Governo prepara-se para fechar cerca de 500 escolas do 1.º ciclo com menos de 20 alunos. No próximo ano cerca de dez mil alunos começarão as aulas em centros escolares com melhores condições.(...)"

até nas catedrais

01.06.10

 

 

Se até a ideia de atribuir prémios de performance ao gestores das empresas financeiras (com o ramo imobiliário à cabeça) se revelou desastrosa - não nos esqueçamos que a actividade citada era a alta competição do mercado puro e duro -, como é que é possível teimar em aplicar soluções do género nas restantes áreas da actividade humana? Só por teimosia, por preguiça para encontrar alternativas ou por fé inabalável.