a esquerda "tontinha"
Não me lembro do nome do autor, mas a ideia de que Portugal navega numa expressão fatal não me saiu da memória:"temos uma direita cegueta e uma esquerda tontinha".
Os partidos políticos têm sido responsáveis por um discurso nas políticas da Educação que desresponsabiliza a sociedade pelo insucesso e abandono escolares e que remete para a escola a solução de todos os problemas sobrecarregando-a de um modo insuportável.
Ouvi hoje a deputada que melhor tem defendido as causas da escola pública nos últimos anos fazer um discurso falho de pragmatismo e desfasado da realidade. Podia incluir aqui um relambório de coisas óbvias, chamando à argumentação um rol de simultaneidades políticas: a utopia tem de ser associada ao pragmatismo; os pilares têm de ser dois: o emancipador e o regulador; ou não basta pensar no que existe, é necessário alavancar dentro daquilo que é possível.
Ana Drago do BE defendeu que a suspensão dos alunos é ineficaz porque faz passar a ideia "que uma suspensão corresponde a uns dias férias". Com as devidas proporções, será o mesmo que dizer a uma pessoa que comete um crime e é condenada, mas que não tem casa ou alimentação diária, que a cadeia (quem me dera um mundo sem prisões ou crimes) é uma melhoria da qualidade da sua vida. Os alunos necessitam de exemplos, de castigos transparentes e que se cumpram, e as famílias têm de encontrar na sociedade a ajuda para os seus problemas. A escola é que não pode continuar só.