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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

o governo e a liberdade de pensamento - mundividências

08.11.09, Paulo Prudêncio

 

 

Foi daqui.

 

 

 

 

“(…) A única crítica é a gargalhada!

Nós bem o sabemos: a gargalhada nem é um raciocínio, nem um sentimento; não cria nada, destrói tudo, não responde por coisa alguma. E no entanto é o único comentário do mundo político em Portugal.

Um Governo decreta? gargalhada.

Reprime? gargalhada. Cai? gargalhada. E sempre esta política, liberal ou opressiva, terá em redor dela, sobre ela, envolvendo-a como a palpitação de asas de uma ave monstruosa, sempre, perpetuamente, vibrante, e cruel - a gargalhada!

Política querida, sê o que quiseres, toma todas as atitudes, pensa, ensina, discute, oprime - nós riremos. A tua atmosfera é de chalaça.”

 

 

 

Eça de Queirós

Uma Campanha Alegre,

Volume I,

Capítulo XX: 

O Governo e a liberdade de pensamento.

120 mil cidadãos

08.11.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

Faz hoje um ano que se realizou uma das maiores manifestações de professores da história do nosso país. É evidente que os números rigorosos não existem e é difícil escolher a maior manifestação entre a de 8 de Março e a de 8 de Novembro, ambas no ano de 2008. Disseram-me que numa delas, não me lembro em qual, estiveram presentes mais de 140 mil pessoas.

 

 

 

 

 

 

 

Para além dos aspectos quantitativos, o registo emocional foi inesquecível, os professores portugueses marcaram a história da nossa curta democracia e deram significado à força da razão, ao civismo e à luta pela liberdade. Sabemos que a vitória do poder democrático da escola continua titubeante e que enfrenta os metamorfoseados inimigos do costume. Mas há uma dado que ninguém deve desprezar: os professores continuam em rede, estão longe de baixar os braços e mantêm a atenção em relação a qualquer tipo de "entendimento".

 

 

 

 

 

 

 

 

O 8 de Novembro de 2008 ficou também marcado pela emancipação de uma classe profissional em relação aos poderes formais, governo e sindicatos, que tutelavam o jogo de sombras que asfixiava a possibilidade do ensino e o compromisso com as salas de aula; e apesar desse abanão, o caminho continua quase todo por percorrer. 

 

Se clicar aqui encontra o post que fiz no dia seguinte à manifestação.

 

 

 

a lição do ps

08.11.09, Paulo Prudêncio

 

Foi daqui. 

 

"(…) o PS esqueceu-se de que houve uma altura em que se arriscou a perder as eleições. A questão da avaliação dos professores ia sendo mortal para as ambições de Sócrates. Foi por isso que Maria de Lurdes Rodrigues foi removida com palmadinhas nas costas. É por isso que Isabel Alçada é ministra, embora nunca se tenha escutado uma ideia sua sobre o tema. Esperava-se, pois, mais "centrismo" do PS em matéria de educação nesta legislatura. Mas, aparentemente, Jorge Lacão regressou à política de D. Quixote do anterior Governo relativamente à avaliação dos professores. Avança temerário e, depois de acertar com a cabeça nas pás do moinho, recua aos tombos.

O PS deveria ter aprendido a lição. Mas, pelos vistos, tem de voltar à escola primária."

 

  Fernando  Sobral

Jornal de Negócios