Foi daqui.
Uma fracção duma fracção; aqui.
"(...)Nem por sombras. Um bom modelo de avaliação é condição necessária para que tenhamos melhores professores, mas está longe, muito longe, de ser condição suficiente. Uma melhoria significativa da qualidade dos professores implicaria, logo na fase de recrutamento, que se fosse buscar às universidades os melhores graduados - competindo as escolas, para tal, com outras carreiras e com outras opções de vida, incluindo a emigração que nos está a privar, dia a dia, dos nossos jovens mais qualificados. A carreira docente precisaria, para atrair estes jovens, de ser muito mais atraente do que é hoje - quer em termos de remuneração, quer de estabilidade, quer de probabilidades de progressão, quer em prerrogativas - e destaco, de entre estas, a que mais afronta a tradicional inveja e o tradicional anti-intelectualismo dos portugueses: tempo livre para reflectir, estudar e adquirir o ascendente cultural que, mais do que qualquer outra coisa, confere autoridade aos professores. É esta, de resto, a moeda utilizada em todo o mundo, à falta de dinheiro, para pagar aos professores.(...)"
Não comentar chega?; aqui.
"O que está em causa neste conjunto de averiguações e processos que envolvem figuras públicas é a mais terrível das suspeitas que se pode forjar em democracia: a da corrupção, a do tráfico de influências. Mas acima dela, suspeita das suspeitas, insidiosa e perigosa como nenhuma outra, é a de que não estamos em condições, não podemos nem queremos, dar combate incessante à corrupção e ao tráfico de influências.
É por isso que aos governantes, instados a pronunciar-se sobre os casos, não basta talvez dizer não comento. Eu preferiria que, mantendo o não comento os casos, reafirmassem a sua vontade de esclarecimento cabal e célere das suspeitas, o compromisso de combate total à corrupção, venha ela donde vier, o seu empenho em que a lei seja cumprida e a ética republicana respeitada."
Em pouco mais de 1000 caracteres; aqui.
"Curtas sugestões para a nova ministra da Educação, para a edição de hoje do I:
A nova ministra da Educação, caso seja ela a definir efectivamente a política do seu ministério, deverá concentrar a sua acção em quatro vectores essenciais:
Pacificar o ambiente que existe entre a classe docente e a tutela, contribuindo de forma activa para ultrapassar a imensa quebra de confiança que se criou durante o mandato anterior. Para isso é essencial que reabra o processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente e dê sinais inequívocos que o modelo de avaliação do desempenho é para ser substituído até final de 2009.
Fomentar um clima de exigência, rigor e disciplina no trabalho quotidiano das escolas, a todos os níveis, incluindo uma responsabilização directa dos alunos (e famílias) pela sua assiduidade, pelo seu desempenho e comportamento na sala de aula e nos espaços escolares.
Promover de forma consequente uma reflexão profunda sobre a reorganização dos ciclos de escolaridade, a estrutura curricular e os conteúdos programáticos das diversas disciplinas.
Apostar num ensino de qualidade e não apenas de quantidade, em especial no que se refere à chamada escola a tempo inteiro e à ocupação plena dos tempos escolares. Mais escola não significa necessariamente melhor escola."