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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

uma política educativa a sério

18.10.09, Paulo Prudêncio

 

 

Foi daqui.

 

Encontrei no blogue do Paulo Guinote, aqui, um texto da autoria de António José Ferreira (um professor titular que o passa o título com toda a boa vontade, coisa que partilho em absoluto) que considerei muito interessante.

 

Começa assim:

 

"As escolas públicas transformaram-se numa espécie de gigantescos ATLs para adolescentes e os professores em animadores sociais a quem se exige depois, cinicamente, que apresentem resultados nos rankings em que pontificam inevitavelmente as escolas privadas não sujeitas a todo este processo de condicionamento.

O Governo que agora cessa funções caracterizou-se por ter na pasta da Educação uma equipa claramente inadequada às funções e que, em termos políticos, contribuiu fortemente para que o Partido Socialista perdesse as Eleições Europeias e a maioria absoluta nas Legislativas – um quinto dos eleitores e dos deputados (mais de meio milhão de votos e mais de vinte deputados), ao alienar uma parte importante da sua base social de apoio.(...)"

afinal estava em itália

18.10.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

 

 

Soube pelo suplemento ípsilon que Abbas Kiarostami estava em Itália. Afinal um dos meus realizadores preferidos filmava na Toscânia enquanto decorria a revolução verde no Irão que, e segundo a opinião de Kiarostami, foi feita pelos filhos da primeira revolução.

 

O suplemento do jornal Público faz uma boa reportagem a propósito do festival "Doc Lisboa", aqui, desta vez com o mote "O Irão tira o véu". A obra "Shirin" de Abbas Kiarostami, também conhecida pela fita das "114 de mulheres do realizador" dá corpo a um texto de Vasco Câmara onde o cinema de Kiarostami é bem descrito.

 

Tem uma passagem muito interessante que diz assim:

 

"(...) Mas isso é o "Kiarostami´s touch": sempre uma textura sinuosa, vertiginosa, diríamos até perversa, por trás da aparente simplicidade; uma consciência aguda, tão aguda que chega a ser cruel, das transferências que se dão em frente ao ecrã. Kiarostami falará direito por linhas tortas, como as estradas que sulcam os ecrãs nos seus primeiros filmes (nem todas existiam, aliás; tornaram-se "reais" para os filmes). E é por aí que anda a dimensão política do seu cinema, por caminhos mais elípticos do que os da nova geração de cineastas iranianos - veja-se como Abbas, que deixou o campo e chegou à cidade, e à mulher iraniana, em "Ten" (2002), na altura em que os cineastas mais jovens começavam a esventrar e a expor Teerão, filmou uma cidade enfiando-se num carro.

Por isso, por esse lado mais oblíquo do seu cinema, alguns o acusam, no Irão, de fazer filmes apolíticos. Ou de filmar para audiências estrangeiras. Num perfil/entrevista no "Guardian" Abbas respondeu: "Se político significa ser militante eu não farei nunca um filme político; nunca vou sugerir a alguém que vote por uma pessoa ou pela oposição. Não estou a forçar as pessoas a reagir, estou a tentar atingir uma verdade na vida quotidiana. Sempre que conseguirmos tocar essa dimensão isso é essencial e profundamente político".