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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

lugar ermo (não o da memória) (reedição)

21.09.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

Não me canso de associar a situação actual dos professores portugueses à condição que Rainer Rilke submeteu a condição humana: "estamos irremediavelmente sós".

 

Bem sei que têm aparecido vozes de encosto: umas mais tardias do que outras, é certo. Mas têm surgido. Nunca me emociono muito com esses arrimos: sei que - e muito naturalmente, diga-se - quem não conhece verdadeiramente as questões técnicas do problema dificilmente pode assumir uma posição consistente de apoio.

 

Os apoiantes do governo é que não se regem pelos mesmo parâmetros: mesmo com o mais completo desconhecimento da realidade, são activos e raramente desistem. Percebe-se as razões.

 

Ontem vi o actual presidente da câmara do Porto, militante do PSD, afirmar o seguinte: "os professores têm toda a razão, mas agora começam a ser um bocado intransigentes". Não se referiu aos motivos que o levou a mudar de opinião. Talvez nem ele saiba muito bem a razão, mas o que é certo é que mudou de opinião.

 

Depois, ouço Manuel Alegre dizer que já não vota de modo favorável à suspensão do modelo de avaliação na Assembleia da República. Argumenta assim: "não quero ser instrumentalizado por quem apresenta a proposta". Não percebi. Antes votou favoravelmente um projecto do CDS (e a tal de instrumentalização? Não existia nessa altura?) mas agora já não o pode fazer. Pelos vistos vai ser seguido pelos restantes deputados do partido socialista. Entretanto, o actual primeiro-ministro convida militantes do partido socialista da "linha" de Manuel Alegre para o restrito grupo dos onze que vai redigir a sua moção a secretário-geral do partido socialista. E mais: anuncia que vai convidar o ex-candidato a presidente para as listas de deputados.

 

Já se sabe: a luta política obedece a alinhamentos vários. Os problemas concretos esboroam-se nesse ajustamento de posições.

 

Nós cá continuaremos para dizermos de nossa justiça. Sós, é certo, mas iluminados pela força dos argumentos e com a memória disponível para os mais diversos registos.

 

 

(Reedição. Primeira edição em 6 de Janeiro de 2009)

não pelo que fez mas pela falta de qualidade da realização

21.09.09, Paulo Prudêncio

 

Foi daqui.

 

Cavaco Silva afasta Fernando Lima do cargo

 

"O Presidente da República afastou Fernando Lima do cargo de responsável pela assessoria para a Comunicação Social, que passará a ser desempenhado por José Carlos Vieira.

Segundo disse à Lusa uma fonte oficial da Presidência da República, trata-se de uma "decisão do Presidente da República". No site da Presidência da República o nome de José Carlos Vieira já se encontra como o assessor para a Comunicação Social.(...)"

e eis que os interesses instalados começam a ruir

21.09.09, Paulo Prudêncio

 

Foi daqui.

 

 

 

Educação: Cinco dirigentes da Confap demitem-se por "discordâncias internas sobre políticas"

 

 

"Lisboa, 21 Set (Lusa) - Cinco dirigentes da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) pediram a demissão devido a "discordâncias internas sobre políticas de educação nacional", disse hoje à Lusa o vice-presidente demissionário António Amaral.

Dos cinco dirigentes associativos, três pertencem ao Conselho Executivo (Gina Oliveira, Fernando Coelho e António Amaral), e os restantes faziam parte do Conselho de Jurisdição e Disciplina (António Farto e Agostinho Almeida).

O motivo da demissão prende-se com "as posições de apoio do presidente da Confap ao governo", e ao facto de estas "não terem eco nas associações de pais do distrito de Setúbal", que os demissionários representam, explicou António Amaral."

 

 

 

preciosidades

21.09.09, Paulo Prudêncio

 

Foi daqui. 

 

 

 

Encontrei uma entrevista a Maria Helena da Rocha Pereira, professora de estudos clássicos na Universidade de Coimbra, com a passagem que a seguir destaco:

 

"A cultura grega nunca foi para mim algo enterrado historicamente. Por isso trabalhei bastante sobre a sua presença na literatura portuguesa contemporânea, verificando que os melhores poetas contemporâneos têm um sentido profundo do helenismo: Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Miguel Torga, etc. (...) Vejo sempre tudo através dessa mediação (a cultura grega e latina como mediação para observar o mundo contemporâneo) e verifico que há características positivas e negativas dos tempos actuais que também existiram na Antiguidade. Ao contrário da ideia dos historiadores de que a História não se repete, há algo que se está a repetir: a perda dos padrões éticos, como no final do Império Romano."