confiança e monstro burocrático
Há tempos escrevi mais ou menos assim: "a génese da quebra, irreversível, de confiança dos professores portugueses na ainda ministra da educação pode estar na seguinte formulação: a confiança não se traduz em dizeres-me que confias ou não em mim, mas nos métodos que elegeste para obteres a minha informação."
E este estado foi-se agravando com o contributo do actual primeiro-ministro. Foram muitas as mensagens, mesmo que subliminares, em que se declarava o combate aos interesses instalados com ligação directa a um conjunto de profissionais que nunca tinham sido avaliados.
Recebi um emai que faz referência a uma notícia do espanhol "El PaÍs". Ora leia e veja a diferença. Um país que confia assim nos seus professores não transforma a prestação de contas desses profissionais num monstro de burocracia como aconteceu em Portugal. Por aqui, um professor que atribua uma negativa a uma aluno mergulha num mar de palavreado e papelada que arrepia qualquer um. E sabe porquê? Porque não tem o estatuto de presunção da verdade; tão simples como isto.
Mas vamos à notícia.
Madrid dará al maestro rango de autoridad pública
"Los docentes serán autoridad pública en la Comunidad de Madrid. Es una de las medidas que introducirá la futura Ley de Autoridad del Profesor que la presidenta madrileña, Esperanza Aguirre, va a anunciar mañana en la cámara regional, según fuentes de su Ejecutivo, y cuyo texto llevará al hemiciclo en las próximas semanas. La iniciativa de elevar el rango de los maestros ya la asumió el año pasado la Comunidad Valenciana y existe también, aunque sólo para los directores de los centros escolares, en Cataluña, desde hace unos meses. En el caso de Madrid persigue el objetivo de reforzar la figura del maestro. Al ser reconocidos como autoridad pública, los profesores -al igual que jueces, policías, médicos o los pilotos y marinos al mando de una nave- cuentan con una protección especial. La agresión a uno de ellos está tipificada por el Código Penal como atentado contra la autoridad en los artículos 550 a 553, que recogen penas de prisión de dos a cuatro años.(...)"
Quem me enviou o email acrescenta o seguinte:
"Para quem tem alguma rejeição à língua de Cervantes, eis a tradução de dois parágrafos:
“Ao serem reconhecidos como autoridade pública, os professores – tal como os juízes, polícias, médicos e pilotos e comandantes de navios – contam com uma protecção especial. A agressão a um professor está tipificada pelo Código Penal como atentado contra a autoridade”
“Além de serem autoridade pública, têm presução da verdade, o que significa que a sua palavra tem mais valor do que a de outro cidadão”
Em Portugal nestes quatro anos foi o que sabemos. Quão diferente é o “socialista” Sócrates do seu homólogo Zapatero..."