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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

confiança e monstro burocrático

17.09.09, Paulo Prudêncio

 

 

Foi daqui. 

 

 

Há tempos escrevi mais ou menos assim: "a génese da quebra, irreversível, de confiança dos professores portugueses na ainda ministra da educação pode estar na seguinte formulação: a confiança não se traduz em dizeres-me que confias ou não em mim, mas nos métodos que elegeste para obteres a minha informação."

 

E este estado foi-se agravando com o contributo do actual primeiro-ministro. Foram muitas as mensagens, mesmo que subliminares, em que se declarava o combate aos interesses instalados com ligação directa a um conjunto de profissionais que nunca tinham sido avaliados.

 

Recebi um emai que faz referência a uma notícia do espanhol "El PaÍs". Ora leia e veja a diferença. Um país que confia assim nos seus professores não transforma a prestação de contas desses profissionais num monstro de burocracia como aconteceu em Portugal. Por aqui, um professor que atribua uma negativa a uma aluno mergulha num mar de palavreado e papelada que arrepia qualquer um. E sabe porquê? Porque não tem o estatuto de presunção da verdade; tão simples como isto.

 

Mas vamos à notícia.

 

Madrid dará al maestro rango de autoridad pública

"Los docentes serán autoridad pública en la Comunidad de Madrid. Es una de las medidas que introducirá la futura Ley de Autoridad del Profesor que la presidenta madrileña, Esperanza Aguirre, va a anunciar mañana en la cámara regional, según fuentes de su Ejecutivo, y cuyo texto llevará al hemiciclo en las próximas semanas. La iniciativa de elevar el rango de los maestros ya la asumió el año pasado la Comunidad Valenciana y existe también, aunque sólo para los directores de los centros escolares, en Cataluña, desde hace unos meses. En el caso de Madrid persigue el objetivo de reforzar la figura del maestro. Al ser reconocidos como autoridad pública, los profesores -al igual que jueces, policías, médicos o los pilotos y marinos al mando de una nave- cuentan con una protección especial. La agresión a uno de ellos está tipificada por el Código Penal como atentado contra la autoridad en los artículos 550 a 553, que recogen penas de prisión de dos a cuatro años.(...)"

 

Quem me enviou o email acrescenta o seguinte: 

 

"Para quem tem alguma rejeição à língua de Cervantes, eis a tradução de dois parágrafos:

“Ao serem reconhecidos como autoridade pública, os professores – tal como os juízes, polícias, médicos e pilotos e comandantes de navios – contam com uma protecção especial. A agressão a um professor está tipificada pelo Código Penal como atentado contra a autoridade” 
“Além de serem autoridade pública, têm presução da verdade, o que significa que a sua palavra tem mais valor do que a de outro cidadão”
Em Portugal nestes quatro anos foi o que sabemos. Quão diferente é o “socialista” Sócrates do seu homólogo Zapatero..."

 

justiça

17.09.09, Paulo Prudêncio

 

 

Vivemos em democracia e aceitamos as posições políticas diferentes das nossas e ainda bem que é assim. Já no que se refere à ética, os parâmetros devem ser mais afunilados e o nivelamento deve exigir mais objectividade para que a própria democracia respire e sobreviva.

 

E vem isto a propósito duma iniciativa de professores da responsabilidade do Paulo Guinote e que apenas por questões de saúde não pude estar presente. Está aqui o registo e colo-o também de seguida.

 

"No âmbito das actividades de campanha eleitoral para as legislativas, um grupo de professores em que me incluo, vai hoje reunir-se pelas 18.00 com Garcia Pereira, candidato por Lisboa ao Parlamento, na sua sede de campanha.

O objectivo deste encontro, depois da colaboração mantida com Garcia Pereira durante alguns meses a propósito da elaboração de dois pareceres sobre a legislação produzida pelo Ministério da Educação sobre a estruturação da carreira, avaliação do desempenho e gestão escolar, é a troca de ideias sobre uma efectiva política educativa de qualidade para o país e a sensibilização do candidato para, caso seja eleito deputado, colaborar de forma activa no Parlamento na revisão e/ou suspensão de muitas das medidas colocadas em prática por este Governo ao longo do mandato que agora finda."

O blogue do Ramiro Marques faz, aqui, uma referência sobre o assunto. 

 

 

 

outro pântano

17.09.09, Paulo Prudêncio

 

Foi daqui.

 

 

Sindicatos contra a "falta de transparência" na colocação de professores e exigem publicação das listas

 

"A Federação Nacional de Professores (Fenprof) juntou-se ontem à Federação Nacional de Educação (FNE), na exigência "de transparência" através "da publicação e actualização, em tempo real, das listas graduadas de professores que fazem parte da bolsa de recrutamento de docentes".

"Lamentavelmente, esta colocação obscura não é ilegal - é permitida pela legislação dos concursos a que negámos o acordo - mas está a contribuir para a instabilidade e intranquilidade nas escolas e entre os professores", frisou Mário Nogueira, da Fenprof.(...)"

 

Há anos que é esta balbúrdia: só não tem razão objectiva - e digo assim porque tenho a certeza que há professores mal colocados que nunca o saberão - de queixa quem não concorre ou está nos primeiros lugares das listas graduadas. Até os professores titulares perderam direitos de colocação inadmissíveis, quanto mais os candidatos a contratado que ao nível de escola ficam entregues à mais absoluta arbitrariedade e num processo semelhante ao que acontecia há mais de 30 anos mas agora com outra nomenclatura: bolsa de recrutamento.

Criaram-se as colocações por quatro anos, a categoria de professor titular e outras coisas do género e não se pensou nas consequências nem na estruturação que esses tipos de alterações procedimentais podiam provocar; e o que mais impressiona é a ligeireza com que os responsáveis sacodem água do capote.

foi com a cabeça?

17.09.09, Paulo Prudêncio

 

Foi com a cabeça.

 

 

Vi alguns dos debates para as legislativas. Houve uma afirmação de Manuela Ferreira Leite que me ficou; disse mais ou menos isto: "está a querer dizer que eu sou perversa de cabeça?".

Por mais que investigue não consigo encontrar quem também tenha proferido algo de semelhante nem tão pouco onde é que a candidata queria chegar. Perversa de cabeça?! Que raio de coisa.