rotatividade
(encontrei esta imagem aqui)
Sempre defendi - e mesmo que não o tivesse feito (mas fi-lo e tenho várias testemunhas disso), defendia-o a partir de agora - que a escolha para o exercício de cargos nas escolas deve ser feito por voto secreto e com uma limitação ao número de mandatos consecutivos. Também me bati sempre contra a ideia da rotatividade sem eleição por voto secreto.
Os cargos devem ser exercidos por pessoas eleitas por voto secreto e com limitação de mandatos e ponto final, repito.
O que nos traz o modelo de gestão escolar do partido socialista para a selecção de lideranças intermédias - já que para a escolha do director a coisa já tem a desconstrução que chegue - é a ideia de que uma pessoa conhece melhor a qualificação de duas a três dezenas de potenciais líderes do que o voto de duas a três centenas de eleitores. É realmente espantoso.
A experiência diz-me: a oportunidade do exercício da prepotência espreita a cada esquina e deve ser combatida com o seguinte princípio: a partilha de responsabilidades pode dar uma ideia inicial de fragilidade da liderança, mas a prazo, e no caso da liderança ser esforçada, competente e de algum modo exemplar, terá uma força incalculável e reforçará todas as lideranças num processo em cascata, digamos assim.
Não tenho grandes duvidas sobre o que vou afirmar a seguir: mesmo no modelo de gestão que é proposto pelo partido socialista, será elementar que se abdique da designação de qualquer liderança em desfavor da sua eleição directa; e só não será assim se não se quiser ou, se, e claro e como espero, o tal de modelo de uma "esquerda envergonhada" não chegar a ver a luz do dia.
(Reedição. 1ª edição em 24 de Fevereiro de 2009)