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Sabe-se da pequenez do país e muito mais se conhece da influência que essa condição exerce nas relações mais locais, onde a pressão social faz o seu exercício no maior dos esplendores. A política partidária tem os vícios que se conhece e nos locais menos populosos repete os tiques dos "espaços grandes", só que de um modo menos conseguido em termos de descrição e de confidencialidade: tudo acaba mesmo por se saber. Há um aspecto da vida dos partidos políticos que me deixa sempre perplexo: os que podem, os ditos maiores, têm como caderno de encargos de serviço público a colocação de militantes nos mais diversos lugares de chefia: nos serviços públicos e também nos privados; e fazem gala disso: ou seja, fica ao nível da abominável discussão à volta da soma dos campeonatos dos clubes de futebol. Na situação actual da vida de muitas das escolas a coisa começa a ultrapassar os limites da "lata" conhecida: um qualquer militante -mesmo um professor que na sua própria escola ninguém elegeria para o que quer que fosse, a não ser por alguma espécie de castigo - escolhido, entre os oito ou nove existentes, para um qualquer dos dez lugares de uma comissão política concelhia, arvora-se no direito de andar por aí à pesca de um militante com as quotas em dia para fazer parte de uma qualquer comissão administrativa provisória de uma escola. Tudo isto à revelia do mais elementar princípio democrático: a escolha por sufrágio directo e universal. Não se augura um futuro nada promissor para a democracia portuguesa se os modernaços que orientam o partido que suporta este governo por lá continuarem ou se se coligarem em nome de um inevitável bloco central de interesses.