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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

que grande descaramento

03.07.09, Paulo Prudêncio

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

 

Ministra da Educação preocupada com "clima de ódio desajustado" de Ferreira Leite

 

"A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou hoje estar muito preocupada com o “clima de ódio desajustado” da líder do PSD em relação às políticas educativas do Governo.

Maria de Lurdes Rodrigues reagia assim à promessa de Manuela Ferreira Leite de mudar os estatutos do aluno e da carreira docente, de alterar o sistema de avaliação dos professores e de aliviar a carga burocrática a que estes estão sujeitos caso vença as eleições legislativas.(...)"

 

 

Ódio desajustado? Qualquer pessoa que conheça em pormenor o impacto no sistema escolar da maioria dos diplomas que esta senhora ministra da Educação assinou, não só sublinha o estado de desnorte como referirá o caos que se instalou e o período negro que se viveu.

 

O que a senhora ainda ministra podia fazer era acusar a líder do PSD de ter chegado tarde a estes assuntos e de estar a ser muito vaga. Isso podia. Ou até acusá-la de não se referir ao nefasto modelo de gestão escolar em curso. Ou quiçá lembrá-la que afirmou que o estado deve livrar-se da Saúde e da Educação. Mas isso seria risível e punha toda a gente do boca aberta.

 

Talvez, e como o partido do governo tem outro porta-voz, ainda a demitam e digam o contrário de tudo o que teimosamente tentaram impor ao longo de quatro penosos anos. Mas já se sabe: votozinhos não são cornozinhos.

dá ideia que muitas vezes é assim: daqui a três anos vê-se

03.07.09, Paulo Prudêncio

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

 

Mas o tempo passa e depois a coisa começa mesmo a doer. Parece que é isso que está acontecer no ministério da Educação (ME) em relação aos concursos de professores e à absurda divisão da carreira em titulares e sem título. E não é de estranhar. Em Portugal é hábito ter-se uma ideia e aplicá-la sem qualquer estudo sobre o seu impacto a médio ou longo prazo: "depois logo se vê, que chatice; ainda faltam três anos".

 

Que as pessoas que ainda ocupam cargos no ME revelaram o mais profundo desrespeito pelos professores portugueses, é assunto mais do que conhecido e certificado. Mas tendo em consideração que estamos em 2009, e em plena segunda década da sociedade da informação e do conhecimento, é inadmissível que os concursos de professores tenham entrado novamente neste estado de perfeito desnorte. Andaram três anos a fazer o quê?

 

Quanto aos professores titulares, é o que já se sabe. Ficaram nessa condição voluntária, é certo, através de uns critérios absurdos e exerceram os seus cargos numa clara discriminação de direitos e deveres em relação aos seus colegas que não estão nessa condição. E para bradar ainda mais aos céus, são prejudicados nos concursos de professores. Há professores titulares que estão há anos à espera de uma vaga perto da sua habitação. Essa vaga agora existe. Mas não podem concorrer: o novo inquilino terá de ser um não titular (apenas porque o que sai também não é titular e por nenhum outro motivo) que estará muitos lugares abaixo numa qualquer lista de graduação. Se tudo isto não foram ideias de pessoas incompetentes, então só nos podemos interrogar: estavam no seu perfeito juízo?

e mais uma vez nem uma palavra sobre a gestão escolar

03.07.09, Paulo Prudêncio

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

Manuela Ferreira Leite promete mudar tudo na Educação caso vença eleições

 

"A presidente do PSD prometeu hoje mudar os estatutos do aluno e da carreira docente, o sistema de avaliação dos professores e aliviar a carga burocrática a que estão sujeitos, caso vença as eleições legislativas.

Esses quatro compromissos farão parte do programa eleitoral social-democrata, anunciou Manuela Ferreira Leite, em declarações aos jornalistas, em Lisboa, a meio de uma reunião sobre educação enquadrada no Fórum Portugal de Verdade do PSD.

“No nosso programa não poderemos deixar de contemplar a alteração destes quatro aspectos que estão a paralisar o sistema, estão a torná-lo inviável, desmotivador da acção dos professores”, declarou.(...)"

 

 

Mas o que é que significa mudar tudo? Não adianta anunciar cosméticas de última hora e ao sabor da oportunidade mediática para convencer quem quer que seja. Os professores têm memória e não ouviram uma só palavra de apoio desta organização política nos momentos mais difíceis da sua justa luta: quando estavam quase isolados e tinham quase tudo contra eles.

O problema é de convicção e de agenda política. Sabe-se que o PSD é favorável à divisão da carreira dos professores e que não tem nenhuma proposta concreta em relação à avaliação. É evidente que é redundante e óbvio afirmar que o modelo de avaliação é um monstro burocrático: isso sabe-se há ano e meio e até o próprio governo o admite.

 

E sobre a gestão escolar o PSD nada diz. O estatuto e a avaliação são de um injustiça brutal para os professores, mas a modelo de gestão que se quer impor é o mais nefasto para o poder democrático das escolas. Esta constatação já nem carece de mais demonstração. Mas sabe-se que o PSD ouve a tal de FNE que é uma defensora acérrima de um modelo de gestão que reúne todas as condições para que esta organização receba mais uma valente tonelada de euros proveniente do próximo quadro europeu de apoio. Basta passar pelos mais variados blogues de professores para se verificar a desconfiança generalizada sobre a posição desta organização política que, e a poucas semanas das eleições legislativas, tem o desplante de afirmar que está ainda a estudar os assuntos. Estiveram quatro anos a dormir? Os professores é que não.