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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

não caias

20.06.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

Alunos do 9º ano de Santo Onofre, orientados pelos seu professor Paulo Sousa, fizeram com que o espanto e a preocupação tomasse por momentos conta dos meus pensamentos: que raio, o que é que aquele aluno está a fazer ali?

 

Mas depois o Paulo explicou-me que é um trabalho dos seus alunos cujo o mote é "não cais no abandono escolar". "Trata-se de uma coisa muito simples sem qualquer pretensão pedagógica profunda. Apenas um apontamento" - acrescentou. Dei-lhe os meus parabéns extensivos aos seus alunos.

 

 

 

há muitos que não desistem

20.06.09, Paulo Prudêncio

 

 

Acesso à avaliação de professores vai a tribunal

Fonte: jorna Público; 17-06-2009/Andreia Sanches.


"O professor contratado que no início do ano pediu para consultar o processo de avaliação do desempenho de uma colega da Escola Básica com Secundário S.Martinho do Porto (Alcobaça) voltou a ver recusada a sua pretensão. Isto, apesar de a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA) já ter considerado que estes documentos são públicos. O docente promete agora iniciar um processo na justiça para aceder à informação.
A CADA, uma entidade independente que funciona junto da Assembleia da República, já reconheceu, em Abril, que o Estatuto da Carreira Docente (ECD) determina que a avaliação tem carácter confidencial, como, aliás, alegava a escola quando recusou, pela primeira vez, o pedido ao professor. Contudo, o direito ao acesso aos documentos administrativos tem assento constitucional, sublinha a CADA no seu parecer final - parecer que, de resto, não sendo vinculativo, abriu a porta à possibilidade de estes processos passarem a poder ser consultados também por pais de alunos e estudantes. Ainda segundo a CADA, o que é suposto é que um processo de avaliação do desempenho contenha "apreciações de natureza funcional" e não matéria que toque a esfera privada do avaliado - essa sim, reservada. Ora "apreciações" sobre as funções dos docentes em documentos administrativos devem ser públicas.

A escola, contudo, pediu um parecer jurídico à Direcção-Geral os Recursos Humanos (DGRH). E cita-o numa carta enviada ao professor. "Os documentos do processo de avaliação contêm apreciações e juízos de valor sobre a actividade profissional da titular de informação", começa por ler-
-se nessa exposição. "A avaliação incide não só sobre os objectivos e metas fixados, como também sobre os comportamentos profissionais do avaliado, não obstante parametrizados, designadamente as que decorrem da esfera psicológica, como seja a sua capacidade de relacionamento social e interpessoal." E esta, diz a escola, já é matéria reservada.
O professor insiste: o acesso livre aos documentos relacionados com a avaliação trará "transparência" ao processo. E servirá para perceber que muitos dos Objectivos Individuais (um dos documentos obrigatórios na avaliação) que a tutela diz terem sido entregues nas escolas pelos avaliados são "considerações genéricas" que não cumprem o que está na lei e foram feitos sob protesto. Há dias, o docente informou a escola que iria para tribunal. 
80 mil 
Número de professores que, segundo o Ministério da Educação, entregaram os objectivos individuais .

 

Acompanho com interesse esta notícia que tem tido desenvolvimentos ao longo do ano. É uma questão muito polémica e que nos remete para questões muito delicadas. Vamos ver como é que o assunto termina. De uma coisa podemos estar seguros: se o modelo de avaliação que se vier instituir mantiver a ideia das quotas, muitas histórias destas vão ser do nosso conhecimento.

via postal na era digital

20.06.09, Paulo Prudêncio

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

Fenprof entrega 10 mil postais contra modelo de gestão nas escolas

"(...) Cerca de meia centena de delegados sindicais de todo o País reuniu-se em S.Bento para a acção de protesto.

Os professores consideram o actual modelo de gestão “um ataque à democracia nas escolas portuguesas, restringindo a participação dos actores escolares na direcção e gestão da sua escola”.

Durante o protesto, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, afirmou que o primeiro-ministro é “um homem de vistas curtas” ao reduzir o problema das escolas ao sistema de avaliação dos professores.

'Se o primeiro-ministro reduz os problemas da Educação à avaliação, bem pode preparar-se para levar outra cacetada daqui a dois ou três meses', disse reportando-se aos próximos resultados eleitorais.(...)

“A Fenprof com os professores vai até onde for necessário neste combate pela democracia nas escolas”, prometeu Mário Nogueira."

 

Também me apercebi que o primeiro-ministro reduziu os problemas da Educação à avaliação dos professores. Enfim. É difícil hierarquizar os três diplomas mais nefastos - estatuto da carreira, gestão escolar e avaliação - até porque têm componentes críticas de ordem diversa. Mas o diploma que ataca de modo mais grave o tímido poder democrático das escolas é o de gestão escolar. Liquida de forma abrupta o desenvolvimento da ideia de autonomia e de responsabilidade tão necessária à elevação da nossa cultura cívica, uma vez que considera, para além de outros aspectos, que o que é unipessoal é sinónimo de eficiência e eficácia e que o que é colegial gera desperdício e lideranças fracas. Um logro, como a história recente comprovou à saciedade.

Por isso, todas as acções que se destinem a denunciar o flagelo que é a novo modelo de gestão escolar, são válidas.