cíclicas (2)
(encontrei esta imagem aqui)
A luta dos professores já se arrasta há tempo suficiente para percebermos alguns sinais quando os momentos parecem significar a repetição de cenas já nossas conhecidas.
Quando em Janeiro de 2008 apareceram as primeiras vozes que avisaram os navegadores do monstro burocrático em que se transformaria o modelo de avaliação do desempenho, o governo e algumas escolas, as ditas de boas práticas, apressaram-se a dizer que não, que a coisa era exequível e mais uns dislates do género. Depois, sabe-se o que aconteceu: os professores, organizados à volta das vantagens da web 2.0., impeliram as estruturas institucionais para uma espécie de entendimento onde se estipulou uma ronda de balanço e avaliação lá para a primavera de 2009. Debalde.
Logo que saiu o "reduzido 1" (chamo-lhe assim porque partilho da ideia que a simplificação é uma coisa muito respeitável e que dá imenso trabalho) o balão da contestação recomeçou a encher e, mais uma vez, os professores empurraram o governo para o "reduzido 2": é a fase em que nos encontramos nesta altura.
E a minha impressão é a seguinte: com os desenvolvimentos do "reduzido 2", com a parafernália de injustiças que esta coisa toda acarreta e com a conhecida inaplicabilidade do modelo de avaliação, a contestação voltou, naturalmente, a subir de tom e irá em crescendo sabe-se lá até onde.
É uma outra versão das famosas cíclicas, digamos assim, meus caros senhores e senhoras: e é melhor prepararem o "suspendido 3" (e até pode ser um tribunal ou um qualquer órgão de soberania), para simplificarem, agora sim, um bocadito o estado lastimável a que isto chegou.
E isso não é suficiente, como se sabe. O estatuto da carreira dos professores e a gestão escolar estão no mesmo estado deplorável.