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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

na rua

04.06.09, Paulo Prudêncio

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

 

PS acusa Câmara de Vila Nova de Famalicão de se intrometer na eleição de directores


"O PS de Vila Nova de Famalicão acusa a câmara local de "intrometer-se abusivamente na eleição dos directores das escolas" e vai denunciar as situações de que tem conhecimento à Direcção Regional de Educação do Norte e à Inspecção-Geral de Educação.

A estrutura política garante, em comunicado, que a autarquia "prometeu o 'lugar' de director a este ou àquele professor", "pressionou os representantes dos pais e encarregados de educação a votarem neste ou naquele candidato, a troco de subsídios e lugares futuros". "Refere-se um caso em que o mesmo lugar de director foi 'prometido' a duas pessoas distintas", acrescenta. O PS adianta ainda que os representantes camarários saíram dos actos eleitorais "zangados e abespinhados quando as votações não correrem de feição"(...)"

 

Quem está nas escolas tropeça com exemplos destes. Nem interessa muito fazer um qualquer jogo da "apanhada": ora agora são uns, ora daqui a um bocado são os outros. O que está na génese de toda a arruada que agora começou é o actual modelo de gestão escolar que se quer impor. Esta notícia retrata o lado mais visível da descomunalidade.

A parte menos visível - e refiro-me à ideia unipessoal subjacente à coisa, que, e segundo os mentores da invenção, gente a quem não se reconhece qualquer apetência pela prestação de serviços numa escola, trará maior controle e responsabilidade - agrava o quadro de um modo com contornos que o tempo se encarregará de desnudar.

É perturbante observar o jeito atrevido como se desbarata os tímidos progressos no caminho de um poder cívico e democrático das escolas, em que a responsabilidade de actuação deveria ser o mote primeiro.

prendas

04.06.09, Paulo Prudêncio

 

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

Ministra tem "prenda" para titulares: mais formação aos sábados sobre avaliação de desempenho

 

"Se o colega titular quiser ter os sábados ocupados, durante o ano lectivo de 2009/2010, vote no PS. A ministra da educação tem um "prenda" escondida para si: formação contínua em avaliação de desempenho aos sábados. Não, não estou a brincar. Se o PS voltar a ganhar as eleições com maioria absoluta, é isso que espera os titulares. Na sequência de mais uma recomendação do CCAP - formação especializada de média e longa duração em avaliação de desempenho para os avaliadores - a ministra prepara-se para elaborar um Pim Pam PUM para os professores titulares. E já conta com o beneplácito das Escolas Superiores de Educação. Todas, mas todas, aguçam o dente para mais esse petisco. E os profissionais do eduquês salivam de contentes perante a visão de mais uma oportunidade para lançarem veneno sobre as escolas e os professores. E, pelo meio, sempre arrecadam uns euros à custa da saúde física e mental dos professores do básico e secundário."

 

 

Esta entrada de Ramiro Marques confirma o que já dei conta noutras entradas: vem aí um novo quadro comunitário de apoio, os gulosos do costume preparam-se para o banquete conhecido e a formação contínua dos professores continua entregue à certificação em má burocracia.

Que raio de país este onde a desorientação tem instalação assegurada e duradoura. Chega a ser chocante ter de conviver anos a fio com este mar de salve-se quem puder. É mais uma vez, e repeti-lo-ei as vezes que forem necessárias, uma verdadeira detonação no seio do ainda tímido poder democrático das escolas.

o labirinto do fauno

04.06.09, Paulo Prudêncio

 





Genial.

Um excelente filme, este Labirinto do Fauno. Pode parecer uma obra cinematográfica do fantástico - basta olhar-se para a imagem que escolhi para acompanhar esta pequena impressão -, género que não aprecio por aí além, mas não é: Guillermo del Toro, um dos realizadores da nova vaga do bom cinema mexicano, transporta-nos para uma profunda reflexão sobre os caminhos, muitas vezes tortuosos, para todos os que respiram a nobre ideia da liberdade.
 
Revi-o num destes dias e voltei a ficar fascinado.

A exemplo de Woody Allen com Scoop e de Pedro Almodovar com Volver, Guilherme del Toro consegue dissolver, na trama dura e cruel que preenche a ideia fundamental da obra, a leveza e a doçura das imagens de fantasia que ajudam a ilustrar o lugar ascendente que o realizador reserva para o mais nobre dos desejos humanos: a liberdade - principalmente, quando esse livre arbítrio não interfere com a liberdade dos outros -.

Cinco anos depois de ter terminado a Guerra Civil espanhola (1944, um ligeiro piscar de olhos e mesmo aqui ao lado) um oficial fascista, o Capitão Vidal, tem instruções para dizimar um grupo de rebeldes que prossegue a sua luta nas difíceis montanhas de Navarra, no norte da península ibérica.

Entretanto, uma criança de onze anos, a Ofélia, viaja com mãe para Navarra para conhecer o padrasto: o citado capitão fascista. Ofélia é uma criança fantasista e completamente rendida aos contos de fadas, a sua mãe está grávida do capitão e com uma saúde muito frágil. O primeiro contacto de Ofélia com o capitão marca a narrativa: o déspota e a insensibilidade ao verdadeiramente belo.

Pode ver um pequeno trailer legendado em português.
 


 

on bullshit também entre os animais

04.06.09, Paulo Prudêncio

 

 
(encontrei esta imagem aqui)
 
 
Pretendo dar o meu humilde contibuto para a compreensão do fenómeno "on bullshit". Da vasta investigação que realizo, concluo que o tropeção com o dito é frequente.

Leia a inspirada e pequena história de Mia Couto:

"Um macaco passeava-se à beira de um rio, quando viu um peixe dentro de água. Como não conhecia aquele animal, pensou que estava a afogar-se. Conseguiu apanhá-lo e ficou muito contente quando o viu aos pulos, preso nos seus dedos, achando que aqueles saltos eram sinais de uma grande alegria por ter sido salvo. Pouco depois, quando o peixe parou de se mexer e o macaco percebeu que estava morto, comentou:
- Que pena eu não ter chegado mais cedo!"
                          
Esta história recordou-me as imensas palavras que tenho lido e ouvido sobre o nosso sistema escolar ao longo dos últimos quatro anos: e as intenções, em alguns casos, até podem ser as melhores.


compromisso educação

04.06.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

Recebi o seguinte email do movimento independente de professores PROmova:

 

 

"No final da tarde do dia 1 de Junho, em Vila Real, eu próprio, apresentei e entreguei ao cabeça de lista do PSD às eleições europeias, Dr. Paulo Rangel, em nome dos movimentos independentes de professores, APEDE, MUP e PROmova, o documento que consubstancia o COMPROMISSO EDUCAÇÃO.

O Dr. Paulo Rangel manifestou uma extraordinária receptividade ao teor do documento, elogiando-o publicamente e considerando a apresentação do mesmo como "o momento mais alto" do dia de campanha.

Foi pena que a manipulação jornalística e a formatação "rocambolesca" da cobertura mediática da campanha eleitoral tivessem sonegado aos portugueses e, especificamente aos professores (que também pagam impostos e são cidadãos de corpo inteiro, mas pelos vistos não têm espaço na comunicação social) a iniciativa dos movimentos independentes de professores e a centralidade que o próprio candidato lhe reconheceu.

No final do encontro com os Conselhos Executivos de Vila Real e com o PROmova, o Dr. Paulo Rangel, teve oportunidade de se dirigir aos jornalistas e ao país, valorizando os professores e denunciando a diabolização que este ME e este Governo fizeram da classe docente.

Ainda esta semana, o documento COMPROMISSO EDUCAÇÃO será proposto ao BE, ao PCP e ao PP.

Nos próximos actos eleitorais, os professores e as suas famílias saberão escolher os candidatos e os partidos que valorizam os professores e acolhem as suas justas reivindicações, ignorando aqueles que, sistematicamente, os afrontam e desprestigiam.

Octávio V Gonçalves

(Núcleo de Estratégia do PROmova)

 

 

 

COMPROMISSO EDUCAÇÃO

 

Os movimentos independentes de professores, APEDE, MUP e PROmova, constatam que, em consequência da prolongada e tenaz resistência dos professores contra as políticas educativas deste Governo, foi emergindo um consenso natural entre todas as forças políticas da oposição acerca da rejeição das políticas em causa, tal é a inconsistência e a injustiça das mesmas.
Assim, atendendo a que:
1) é desejável que as reformas educativas, pela sua dimensão estruturante e pelo alcance temporal dos seus efeitos, sejam geradoras do maior consenso político e social possível, para aí se poderem ancorar de forma duradoura, de molde a evitarem-se mudanças ao sabor de maiorias e de umbigos de circunstância, que apenas servem para destabilizar as escolas e perturbar o sistema de ensino;
2) este Governo embarcou, de forma impreparada e casuística, em aventureirismos reformistas que procurou implementar nas escolas através de uma estratégia de arrogância, a qual subalternizou qualquer respaldo político-partidário fora da maioria socialista (e nem todos), assim como ignorou os saberes, as experiências e as dinâmicas dos actores no terreno;
3) as pretensas reformas vieram a ser impostas de modo hostil e autocrático, muitas delas escoradas na inaceitável injustiça que consumou a divisão da carreira, pelo que apenas contribuíram para a degradação do ambiente nas escolas e para desencadear a indignação e a resistência dos professores;
4) se verificou uma convergência de posições entre os professores e os partidos políticos da oposição à volta de um núcleo de reivindicações fundamentais, especificamente a propósito da não aceitação da divisão da carreira e da rejeição do modelo de avaliação proposto, o que vem reforçar a adequação e a justeza da contestação encetada pelos professores;
Os movimentos independentes de professores consideram estarem reunidas as condições para a efectivação de um contrato público, em matéria de educação, com os partidos da oposição, as suas estruturas dirigentes e os seus membros mais destacados, a nível nacional e distrital, que se possa traduzir num compromisso de, no que venha a depender de cada um e no quadro da próxima da legislatura, tudo procurarem fazer para:
1) colaborarem na valorização do prestígio e da autoridade dos professores e na implementação de um ensino público de qualidade;
2) abrirem um processo negocial com as estruturas representativas dos professores que incida sobre a imprescindível e urgente revisão do ECD (Estatuto da Carreira Docente), no sentido de ser revogada a divisão arbitrária e injusta da carreira, enquanto condição indispensável à pacificação das escolas, de ser substituído o actual e desacreditado modelo de avaliação, bem como de se pôr fim à aplicação das quotas ao sistema de ensino;
3) manifestarem abertura para negociar com as estruturas representativas dos professores dossiers candentes, como: a revisão do modelo de gestão, que seja susceptível de garantir uma maior democraticidade e participação dos professores nos processos de gestão e tomadas de decisão nas escolas; a questão da estabilidade profissional dos docentes; a manutenção do carácter nacional dos concursos de professores;
4) reconhecerem a necessidade de uma revisão do Estatuto do Aluno, de molde a promover uma cultura de responsabilidade.
Desta forma, os professores portugueses e as suas famílias terão uma percepção clara de quais as forças políticas e os dirigentes políticos que serão merecedores da sua confiança e do seu voto, nos próximos actos eleitorais.
Os movimentos independentes de professores, APEDE, MUP e PROmova, submetem este documento às estruturas e aos elementos destacados dos partidos políticos da oposição, ficando na expectativa de poderem contar, da parte dos mesmos, com uma intervenção pública e/ou com um documento escrito que subscreva este Compromisso Educação.

Vila Real e Lisboa, 1 de Junho de 2009

Os movimentos independentes de professores,
APEDE, MUP e PROmova

 

últimas

04.06.09, Paulo Prudêncio

 

 

Sondagem dá vitória ao PSD nas europeias, mas em situação de empate técnico

 

"Se as eleições europeias fossem hoje o PSD venceria o escrutínio, ainda que a sondagem da Marktest para a TSF e “Diário Económico” aponte para uma situação de empate técnico. Pela primeira vez os social-democratas têm uma vantagem, conquistando 32,5 por cento dos votos, contra os 29,4 do PS.

A apenas dois dias no fim da campanha eleitoral, a sondagem confirma a tendência de crescimento do candidato social-democrata, Paulo Rangel, ao invés do cabeça-de-lista socialista, Vital Moreira, que tem vindo a perder votos nestes inquéritos desde que começaram as acções de rua.(...)"

totalidade

04.06.09, Paulo Prudêncio









Se o todo pode ser a soma das partes,
a totalidade deverá ser a operacionalização,
 de modo coerente, do todo.