(encontrei esta imagem aqui)
Três casos problemáticos
Há presidentes de conselhos executivos que resistem à substituição e reclamam judicialmente o direito a completar os seus mandatos.
Santo Onofre à espera da pacificação
Visto como símbolo da resistência dos professores ao novo modelo de gestão das escolas, o agrupamento de Santo Onofre, nas Caldas da Rainha, foi o primeiro alvo do Ministério da Educação (ME), que a 2 de Abril destituiu o conselho executivo (CE) eleito e nomeou, para o seu lugar, uma comissão administrativa provisória (CAP). Uma medida muito polémica e pouco eficaz, já que, entretanto, nem um passo foi dado para a eleição do futuro director.
"Para já, o meu objectivo é pacificar a escola", admitiu esta semana, em declarações ao PÚBLICO, o presidente da CAP, Carlos Almeida. Ele próprio diz "compreender" que "os professores estejam magoados" com a substituição do CE, que terminava o mandato para que fora eleito no final de 2010. E sente, por isso, que "seria inútil", num ambiente de contestação, "tentar completar o conselho geral transitório, ao qual caberá eleger o director".
Os professores — que sempre se recusaram a apresentar lista para aquele órgão, impedindo, assim, o seu funcionamento — "não mudariam agora de atitude", prevê. E considera isso tão "natural" como a forma como foi recebido: com uma manifestação de professores e outra de alunos, acompanhadas por palavras de repúdio na câmara municipal e na Assembleia da República.
Diz ter, no entanto, tempo para aguardar. O prazo para pacificar a escola e promover a constituição do conselho geral transitório e a eleição do director é de um ano, pelo que, até final de 2010 (altura em que terminava o mandato do conselho executivo eleito), a CAP a que preside pode gerir a escola. Afirma desejar "sinceramente que tudo corra bem": "Esta escola tinha uma história bonita e há-de voltar a ter", diz.(...)
Sou professor em Santo Onofre desde 1994 e não me lembro de ver a escola com uma atmosfera relacional tão degradada como agora. A tendência é para se acentuar esse estado de espírito. Dizer-se, portanto, que a ideia é de pacificação deixa qualquer um boquiaberto. A escola tinha, e tem, uma Assembleia (reuniu três vezes no último mês, o que significa que, e para todos os efeitos, está de pé o anterior modelo de gestão) e um Conselho Executivo que tinha mandato até Junho de 2010 (vamos esperar e ver o que a justiça tem a dizer). Só a pressa em apresentar números para as eleições somada a uns desmandos de "aparelho" é que levou à precipitação em Santo Onofre. Vamos ver como tudo acaba. Atrás de tempos outros tempos virão.