(encontrei esta imagem aqui)
Numa rápida navegação pela blogosfera, dou com uma entrada muito reflexiva no blogue Terrear.
Diz assim:
(...)
O ANO lectivo chega ao fim. Ouvem gritos e suspiros. Do lado, do ministério, festeja-se a “vitória”. Parece que, segundo Walter Lemos, 75 por cento dos professores cumpriram as directivas sobre a avaliação. Outras fontes oficiais dizem que foram 57. Ainda pelas bandas da 5 de Outubro, comemora-se o grande “êxito”: as notas em Matemática e Português nunca foram tão boas. Do lado dos professores, celebra-se também a “vitória”. Nunca se viram manifestações tão grandes. Nunca a mobilização dos professores foi tão impressionante como este ano. Cá fora, na vida e na sociedade, perguntamo-nos: “vitória” de quem? Sobre quê? Contra quem? Esta ideia de que a educação está em guerra e há lugar para vitórias entristece e desmoraliza. Chegou-se a um ponto em que já quase não interessa saber quem tem razão. Todos têm uma parte e todos têm falta de alguma. A situação criada é a de um desastre ecológico. Serão precisos anos ou décadas para reparar os estragos. Só uma nova geração poderá sentir-se em paz consigo, com os outros e com as escolas.
(...)
António Barreto, Público, 24 de Maio
(...)
Como aqui já escrevemos. Muitas vezes. Sobre estas vitórias que são uma desgraça. Sobre estes manuais de aplicadores que são signo sinal da nossa miséria (ainda que pretensamente legitimada para criar a ilusão da igualdade da "aplicação")."
É evidente que a responsabilidade por tudo o que está a desgraçar o poder democrático das escolas é do actual governo. Os professores lutaram muito e, para já, o que conseguiram foi evitar que o desastre fosse ainda maior.
Haverá ainda alguém que tenha a veleidade de afirmar que a escola não está, nesta altura, numa situação mais desventurada do que há quatro anos atrás?
Li as declarações do candidato número um às eleições europeias por parte do partido que suporta o actual governo. Já sabíamos que este governo estava a "reformar" na Educação. Agora ficamos a saber que também estava a revolucionar a desgraçada da dita cuja. A segunda asserção até pode ser válida: é uma verdadeira revolução neoliberal e neoconservadora na Educação: um retrocesso sem paralelo e em tempo acelerado. É obra, realmente.