cirtérios sem critério nas provas de aferição
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O Luís Redes faz, aqui, uma análise a propósito da correcção das provas de aferição de língua portuguesa que me deixou perplexo. Ora passe por lá.
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O Luís Redes faz, aqui, uma análise a propósito da correcção das provas de aferição de língua portuguesa que me deixou perplexo. Ora passe por lá.
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O Ramiro Marques fez uma entrada recente no seu blogue, aqui, onde se deu ao trabalho de fazer uma análise das páginas web dos sindicatos de professores e dos movimentos independentes sobre as lutas que se adivinham. E chegou a algumas conclusões. E depois continuem a dizer que os sindicatos dos professores são uns incompreendidos.
Passe por lá.
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O Paulo Guinote, aqui, e o Ramiro Marques, aqui, fazem notícia, e mostram a sua forte indignação, com dois factos conhecidos hoje e que se relacionam com a longa e justa luta dos professores.
Um vem da parte de uma figura híbrida que ocupa as funções de presidente numa organização chamada Conselho de Escolas: diz o senhor que a luta dos professores está a acalmar.
Por outro lado, a Plataforma Sindical, e segundo a agência Lusa, admite que a adesão às acções de luta previstas para esta semana deve diminuir, o que atribui ao “desgaste” e “desânimo” dos docentes, mas desvaloriza a questão afirmando que os motivos da “indignação” se mantêm.
No primeiro caso a coisa nem tem grande importância tendo em consideração as posições que este senhor assumiu no passado e que foram sempre contrariadas pelos factos. Quanto à Plataforma Sindical é o que se sabe: umas mãos cheias de sindicatos com os mais variados interesses e que na grande maioria não coincidem com os dos professores. Afinal quem é que está com medo? E de quê? Voltarei ao assunto.
Todavia, e como nas grandes manifestações de 2008, têm a palavra os professores. Devemos avivar a memória; se o fizermos, rapidamente chegaremos à conclusão que estas são imagens que se repetem.
(Pela pena do genial Antero)
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Movimentos independentes de professores associam-se à manifestação nacional
"O Movimento para a Mobilização e Unidade dos Professores (MUP) e a Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE) juntam-se à manifestação nacional do próximo sábado “contra as políticas de um ministério e de um Governo que tudo fizeram para desprestigiar e humilhar a profissão docente”, mas dizem que “esta forma de luta de pouco valerá se não for integrada num plano mais vasto, coerente e determinado”.
Apesar de dizerem que a unidade é essencial, criticam que “se procurem silenciar outras perspectivas de luta e se imponham falsos unanimismos”, pelo que insistem na “divulgação pública das propostas de luta aprovadas nas reuniões de consulta aos professores”.
“Recusamos a ideia de que esta luta se vai arrastar por tempo indeterminado, sem radicalização, e com um passo de caracol ritmado por negociações sindicais incapazes de oferecer resultados visíveis”, lê-se num comunicado conjunto das duas associações.(...)"
Confirma-se uma impressão que tenho sentido nos últimos dias: a onda de contestação volta a crescer. Têm a palavra os professores.
Nem tenho por aqui um acelerador de partículas, nem me parece curial advogar uma imersão numa aparente teoria do big bang que ajude a explicar o que se passa com os professores em Portugal.
Desta vez não me vou centrar na insuportável e estafada má burocracia que asfixia a realização do ensino nas nossas escolas. Já escrevi muito sobre isso, que pode ser consultado neste espaço, e voltarei ao assunto em breve e noutra entrada.
Por agora, o que quero é participar na discussão à volta da avaliação do desempenho dos professores. Considero, para além da atmosfera monstruosa que o modelo encerra, que o primeiro constrangimento desloca-se para a alteração no estatuto da carreira docente que conduziu à divisão dos professores em titulares e não titulares.
Há quem se refugie na contenção de custos para abençoar essa polémica decisão, remetendo para o primeiro patamar da sua argumentação a necessidade de se estabelecer cotas e vagas na progressão da carreira de professores. Pode não ser assim. Vagas e cotas podem ser estabelecidas sem a necessidade de fracturar a carreira em duas. Mais: nem sequer a ideia descomunal de credibilizar, por método concursal, os avaliadores para o processo de avaliação do desempenho joga a favor da divisão: há outras formas de o fazer.
Correndo o risco de me tornar um pouco selvagem na minha argumentação, uma vez que num registo destes a ideia de se ser sucinto é imperativa, aconselho, todavia, os leitores mais assíduos (e os outros, claro) deste blogue para outras entradas onde os assuntos que vou focar têm sido abordados. Terei o cuidado de linkar, e já o fiz nos parágrafos anteriores, alguns conceitos para esses registos de modo a simplificar a vida de quem sinta vontade de o fazer.
A formação contínua de professores é um fenómeno que conhece em Portugal o desnorte mais absoluto. Não existe a mais ténue ligação das universidades, e dos seus centros de investigação, ao que se faz todos os dias na escola. E pode conhecer-se aí a origem de todos os males que flagelam o estado actual do estatuto dos professores, quer o decretado quer o conhecido.
Por outro lado, a formação em exercício tem contornos que ajudam a acentuar a desorientação e a permitir os desmandos conhecidos. Desvalorizámos, desde quase sempre e em quase todas as situações, o exercício de funções nas escolas. Lembro-me de, ainda jovem e a título de exemplo, ser colocado numa escola e ser o delegado do grupo disciplinar: tinham deixado o cargo para o último horário. Ou seja: ao contrário de todos os outros, era o único que não era do quadro; mas antes de ter dado a primeira aula já tinha estado no conselho pedagógico a discutir sabe-se lá o quê.
A tudo isto, misturou-se ainda a aquisição dos mais variados graus académicos sem rumo e sem critério.
Resultado: o exercício de funções e a aquisição de graus académicos está, na maioria dos casos, descredibilizado: há gente que preencheu muitos cargos que ninguém considera e há outros, cheios de formações acrescidas, que se entretiveram a receber o salário e a dar péssimos exemplos de profissionalismo, que também são desconsiderados.
Resultado: há milhares de vozes que contestam os critérios que levaram alguns ao cargo de titular e não se ouve uma única voz em defesa das pontuações do concurso: têm razão e era inevitável.
Como ultrapassar isto? Desde logo com uma ideia que as democracias procuram estabelecer: rotatividade no exercício de cargos de acordo com o seguinte princípio: escolha por eleição directa e limitação de mandatos - e sem querer distrair o nosso raciocínio, lembro o facto de o novo modelo de gestão escolar prever a nomeação dos avaliadores sem qualquer sufrágio directo e universal prévio -.
Claro que tem de ser repensado todo o processo de formação académica e contínua dos professores.
Quanto à carreira bastaria o seguinte: sempre que um professor cumpre o módulo relativo ao escalão em que está, solicita uma avaliação (por um par ou por um elemento exterior à escola), com a observação de duas ou três aulas no último ano, no caso de pretender mudar de escalão.
De mais realismo não sou capaz. Estarei a fazer política? Mas fazer política não é pensar a situação em que vivemos? Não é pensar o mundo?
(Reedição. 1ª edição em 29 de Setembro de 2008)