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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

do absurdo em santo onofre (6)

24.05.09, Paulo Prudêncio

 

 

O absurdo em Santo Onofre tem aqui mais um relatório, o "CAPturas II" escrito com a bela prosa do Rui Correia.

Entre tantos detalhes importantes, realço um que remete os mais desatentos para o futuro sombrio que se adivinha: no modelo de gestão que o actual governo quis impor com a firme determinação de arrasar a tímida autonomia do poder democrático das escolas, os avaliadores são "despachados" pelo órgão unipessoal. É certo que a situação em Santo Onofre é provisória, mas o novo modelo de gestão inscreve essa possibilidade.

 

Este detalhe demonstra bem a desorientação que se instalou no ministério da Educação. Recordo-me de uma sessão pública, mais propriamente um escaldante programa televisivo de "prós e contras", em que a actual ministra da Educação, e quando se tentava defender a propósito do monstro burocrático em se transformava a primeira versão da avaliação do desempenho, disse mais ou menos isto: "mas os avaliadores são eleitos pelos professores".

 

Tristes tempos estes, realmente. Grassa a manipulação e a incoerência é convocada como a resposta quase única para a sobrevivência política de quem ocupa lugares de governo no ministério da Educação.

descida para uns...

24.05.09, Paulo Prudêncio

 

(encontrei esta imagem alusiva

ao inferno de dante aqui)

 

 

 

Converso, por vezes, com alguns infalíveis "advogados" das políticas deste governo; e sabe-se como são os defensores muito entusiasmados: à medida que o tempo avança e o ânimo de propugnar pelo indefensável inicia o seu irreversível esgotamento, deixam de clamar - que é a fase intermédia entre o apoio inicial e a fuga, onde se resmunga e esbraceja com constantes e prolongadas irritações recheadas de um argumentário quase fanático -, ou se calam ou preferem nem falar no assunto.

 

Mas como as conversas comigo são sempre serenas, mesmo com a veemente observância dos lados opostos em que nos encontramos, lá consigo perceber melhor o que lhes vai na alma.

 

E dizia-me, mais ou menos, claro, um dos mais lúcidos e preocupados: "a ministra da Educação devia de ter saído na vez do ministro da saúde; agora já nada há a fazer; se a vossa manifestação a 30 de Maio for forte e se depois as eleições europeias não correrem bem e como se sabe que isso acontecerá na aproximação ao final do ano lectivo e onde os diplomas mais polémicos da Educação acentuarão as visíveis trapalhadas e incoerências, nem sei como é que vai ser o epílogo desta coisa; ainda ontem em Coimbra, com o Zapatero e tudo, se viu uma grande falta de pessoas e de entusiasmo".

 

Dei razão ao meu amigo, claro.

 

 

(indi)gestão escolar

24.05.09, Paulo Prudêncio

 

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

 

O Paulo Guinote, aqui, aqui e aqui e o Ramiro Marques, aqui, escrevem sobre gestão escolar. Deve passar por lá e ler com toda a atenção. A frente jurídica na matéria em apreço continua o seu caminho. Sabe-se que é uma luta difícil mas que terá resultados no futuro. Também se adivinha que a maioria dos professores só dará conta do que está em causa quando o novo modelo de gestão escolar começar a produzir injustiças em catadupa e a exterminar o que resta do poder democrático das escolas. Claro que haverá umas mãos cheias de indefectíveis das políticas deste governo e também existirão uns quantos que esperam obter um qualquer lugar ao sol - nem que seja, a prazo, uma reforma mais recheada - que reuna uma de duas características: ou longe da escola ou afastado para sempre de uma sala de aula. E estes últimos são capazes de tudo: até de convencer os professores das suas escolas que todas as acções que desenvolvem, de modo tão contrariado, são em benefício de todos; uns sacrificados, coitados.

óbvio

24.05.09, Paulo Prudêncio

 

 

(encontrei esta imagem aqui

 

 

Ora aqui está um texto cheio de coisas óbvias. Há anos que os professores repetem vezes sem conta o estado de sítio que pode ler de seguida. Tudo se resume à falta de confiança nos professores e à despótica e incompetente massa de gente que se assenhorou dos serviços centrais do ministério da Educação, transformando-os num muro de invenções técnico-pedagógicas que asfixia o ensino, as escolas e os professores. Se alguém diz aos "técnicos" que inventam os manuais de aplicadores de provas de aferição, por exemplo, que aquilo é exagerado e ridículo (e eu já o fiz), olham com ar de espanto e dizem que é por uma questão de equidade: dá ideia que para aquela gente não há mais vida para além do seu burocrático universo; mas, e também é bom sublinhar, quanto alguém levanta este tipo de objecções numa qualquer reunião sente uma sensação de isolamento tal o grau de amorfismo dos responsáveis das diversas escolas pela aplicação das ditas. São amorfismos conhecidos e que se tornam evidentes quando as coisas apertam um bocadinho.

 

Mas vamos lá ao texto que referi na primeira frase. Clique aqui.

il decamerone

24.05.09, Paulo Prudêncio

 

 

"Il decamerone" de Pier Paolo Pasolini foi a escolha do CCC Caldas da Rainha para a noite de cinema, do dia 24 de Maio de 2009, do pequeno auditório.

 

A ficha técnica diz assim: título original "Il Decamerone" (1970) de Pier Paolo Pasolini com Guido Alberti, Patrizia Capparelli, Franco Citti, Ninetto Davoli.

 

O site do CCC tem, aqui, uma sinopse deste filme a não perder.

 

 

Pode ver um pequeno vídeo. Ora clique.