APEDE toma posição
Para a APEDE a Lei 12-A ainda não foi revogada. Aqui.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Para a APEDE a Lei 12-A ainda não foi revogada. Aqui.
Uma investigação com uns métodos demasiado bélicos aqui para o meu gosto, mas com resultados que podem surpreender os menos atentos às capacidades de labor colectivo na vida animal (por cortesia da Isabel Seno).
Ora clique.
Encontrei no blogue de Ramiro Marques, aqui, um texto que vai ao osso de um dos mais decisivos constrangimentos que se pode encontrar no modelo de gestão escolar que o actual governo inventou para ocupar a agenda política de um partido dito à sua direita. Ou isto é alterado no sentido da escola democrática poder escolher as suas lideranças (mesmo que, aqui ou acolá, as escolhas não sejam as melhores; as democracias são mesmo assim, e basta olhar para os governos e para os outros lugares que dependem do sufrágio directo e universal) ou daqui a uns anos as escolas estão de rastos. Sei que é difícil combater o que vai ler a seguir, uma vez que estamos a falar de uma indústria de formação que move milhões e é sempre bom recordar que está aí a entrar um novo quadro comunitário de apoio que fará sobreviver várias instituições; alguns sindicatos de professores, e as respectivas federações, incluídos.
Ora leia e tire as suas conclusões.
Passei muitos momentos da minha vida confrontado com o dilema da atribuição de prémios ou de diplomas aos alunos; a eterna questão da valorização do mérito. Encontrei um texto que pode lançar a discussão por parte de quem se interessa pelo assunto.
Ora leia.
Ritual de distribuição de diplomas é do século XIX
"Revela uma orientação de política do Governo, contrária ao ideário socialista, de onde emerge o Governo."
"O ritual de distribuição de diplomas é do século XIX, das escolas republicanas do século XIX. Um momento solene empertigado com a presença das autoridades sociais, significando o término de um ciclo com êxito. Um ritual apropriado pela cultura anglo-saxónica, pelos Estados Unidos da América, sendo que Portugal foi apropriar-se desse antigo ritual e pretende aplicá-lo a jovens do século XXI."
"Trata-se de rituais antiquados o que prova a falta de originalidade das políticas em curso."
"A distribuição de dinheiro aos alunos que se distinguiram, é coisa que os republicanos não ousariam. Nunca comprariam os alunos com prémios. Isso é contemporâneo e pertence a uma visão mercantilista e empresarial da escola, em que os prémios correspondem aos prémios de produção, atribuídos aos trabalhadores."
"Não se compagina com os valores culturais e de desenvolvimento humano e social e de política de cidadania da escola. Estes gestos, que podem vir a ser acolhidos por alguns, farão rebentar estas contradições e esta forma pouco coerente de conceber a educação dos portugueses. É que os prémios prendem-se com outras artimanhas de gestão do sistema, como os sociólogos do governo sabem bem. Premeiam os alunos do secundário que não precisam de dinheiro. Aguarde-se e confirmar-se-á como o feitiço se virará contra o feiticeiro."
"Aliás, esta contradição aplica-se a outras áreas na Educação, como com a profissão docente, em que o controlo extensivo do trabalho dos professores acentuará a proletarização da função docente, numa altura em que devíamos construir a profissionalidade docente. Estas medidas de hipercontrolo dos professores geram uma depreciação do Estatuto e dos efeitos que deveria proporcionar (autonomia, autoridade e reconhecimento)."
"Este tipo de avaliação de desempenho tem uma lógica de vigilância. Para ser barato entregou-se aos professores todo o processo burocrático, o que vai provocar tensões internas desagregando a profissão."
"A sobrevivência deste grupo profissional, levará, no entanto, à destruição do que este Governo está, erradamente, a querer construir. No plano histórico-cultural esta política não vai resultar." / S.N
___________________________________
Rui Trindade
Docente da Faculdade de Psicologia
e Ciências de Educação da Universidade do Porto