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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

soltas

04.05.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

Recebi por email dois pequenos textos muito interessantes.

 

"Se os processos contra jornalistas avançarem mais depressa do que as investigações do Freeport, a mensagem será muito clara. O Estado dá o sinal de que a suspeita de haver membros de um governo passíveis de serem corrompidos tem menos importância do que questões de forma referentes a notícias sobre graves indícios de corrupção. Se isso acontecer é a prova de que o Estado, através do governo, foi capturado por uma filosofia ditatorial com métodos de condicionamento da opinião pública mais eficazes do que a censura no Estado Novo porque actua sob um disfarce de respeito pelas liberdades essenciais." Este texto é de Mário Crespo e encontrei-o aqui.



"Uma das coisas que nos devia preocupar e deixar inquietos é a balbúrdia em que se transformou o Ministério da Educação – fábrica de estatísticas e instrumento de propaganda básica. Uma pena. Uma pena para a educação, para o ensino e para a decência.
Com tanto tempo ocupado a fazer política e propaganda, a promover inquéritos disciplinares e a conspirar, é natural que ao Ministério sobre pouco tempo para pensar em assuntos sérios que ultrapassem o tempo imediato e as necessidade do actual ciclo eleitoral. O episódio dos ‘Magalhães’ em Castelo de Vide é um triste acontecimento que o pedido de desculpas do primeiro--ministro não explica nem resume: a confusão entre o partido e o Estado, o Ministério como instrumento do partido. E uma amostra da miséria intelectual reinante". Este texto é de Francisco José Viegas e encontrei-o aqui.

 

 

 

 

 

a luta volta de novo, e também, à rua

04.05.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

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Professores marcam greve e voltam à rua no dia 30 

 

Os professores voltam à rua no próximo dia 30. É um sábado e a concentração está marcada para Lisboa, embora ainda não se saibam mais pormenores.

Além da manifestação nacional, a Plataforma Sindical de Professores agendou paralisações de dois tempos lectivos (90 minutos) para dia 26 como forma de protesto contra as políticas educativas do Ministério da Educação, mas também como aviso ao próximo Governo sobre o que é que os docentes querem.

Há duas semanas que a plataforma vinha ouvindo os educadores de infância e professores, nas escolas e dessas cerca de 1400 reuniões "destacou-se um clima de grande insatisfação e profunda indignação dos professores", sublinhou Mário Nogueira, porta-voz da plataforma que reúne 11 sindicatos do sector.

 

 

Tal como se previa, a luta volta de novo à rua. Tenho ideia que ao até ao final de Maio, e com o desenvolvimento dos processos de avaliação do desempenho e de gestão escolar, os ânimos vão voltar a aquecer e a vontade de lutar regressará às mentes e aos espíritos dos mais preocupados apenas com a vidinha ou mesmo dos mais pessimistas.

Dizer-se que esta decisão resulta da audição aos professores por parte da plataforma de sindicatos é que até dá alguma vontade de rir. Na mesa que presidiu à reunião da minha escola, só estavam dirigentes da Fenprof. Tenho ideia que foi quase sempre assim por todo o país. Há algumas federações de sindicatos, e sindicatos, e afins, não federados, que só ouvem os seus próprios dirigentes mas que se sentem legitimados para falar em nome dos professores; e às vezes até complicam muito as coisas, sabe-se lá em nome de que interesses.

naturalmente

04.05.09, Paulo Prudêncio

 

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Crise leva jovens a aderir em massa ao Exército

 

 

"Milhares de jovens estão a aderir em força ao Exército, uma movimentação associada à crise económica. Só no primeiro trimestre, o número de candidatos foi quase metade do registado em todo o ano passado.

A informação quanto ao nível de crescimento e a tendência foi recolhida pelo JN e confirmada pelo Estado-Maior do Exército. "Sim, é verdade, estamos numa fase de franco crescimento a nível de candidatos para a classe de praças", apontou uma fonte oficial do ramo terrestre das Forças Armadas. Com efeito, se a nível de oficiais e sargentos nunca houve dificuldade em conseguir voluntários, já a nível de praças as dificuldades têm sido grandes, uma tendência que agora parece ter-se alterado."

 

 

 

Mais um sinal destes tempos que vão sendo cada vez mais difíceis para os nossos jovens. Procuram no exército, principalmente na classe de praças, uma solução que dê resposta à escassez de empregos que o nosso mercado oferece.

No ensino é o que se sabe: proliferam as certificações sem nenhuma relação com a elevação dos saberes intimados pelo mercado de trabalho e, por outro lado, exige-se aos jovens professores que se preocupem com uma parafernália de invenções burocráticas e não com o conteúdo daquilo que têm de ensinar; paradoxos e desorientações.

repetentes

04.05.09, Paulo Prudêncio

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 Sampaio considera que pode ser necessário um Governo de Bloco Central

 

"Jorge Sampaio considera que, após as eleições, e em nome da “estabilidade” do país, pode ser necessário criar um Governo de Bloco Central. Em entrevista ao “Diário Económico”, o ex-presidente da República recorda também os méritos que esta coligação conseguiu entre 1983 e 1985, por ter “mais solidez” que outras soluções pós-eleitorais.

De acordo com o socialista, esta forma de governação já se mostrou eficaz na resolução da crise económica e financeira da década de 80. Ainda assim, faz questão de sublinhar que o Bloco Central não deve ser confundido nem colocado ao serviço de um “bloco central de interesses”, pois seria “maléfico para a vida política, económica e social”."

 

 

O ex-presidente Jorge Sampaio advoga a possibilidade de Portugal ter de recorrer de novo a uma solução de bloco central a exemplo do que ocorreu na década de oitenta do século passado e que desembocou em duas maiorias absolutas do PSD que tanto consumiram a afirmação da democracia portuguesa segundo as opiniões políticas do, na altura, candidato a primeiro-ministro pelo partido socialista - exactamente Jorge Sampaio -.

Mas desta vez, Jorge Sampaio tem o cuidado de referir a necessidade deste bloco central não ser o tal dos "interesses". Não sei como é que isso se faz e pergunto-me: utilizam-se outras pessoas? 

No que às políticas educativas diz respeito, só consigo olhar para o bloco central como a continuidade das desastrosas soluções que nos desgovernam desde 2001, sempre abençoadas pela actual presidência da República, e que só podem ser alteradas sem a presença de um qualquer bloco central que tenderia a abrir caminho a maiorias com tiques ainda mais absolutistas do que as do final do século vinte. É o que há muito se sabe: a democracia dá muito trabalho e as soluções demasiado centrais são, normalmente, de vistas curtas.

episódio número...

04.05.09, Paulo Prudêncio

 

 

 Vital Moreira diz que continua à espera de um pedido de desculpas do PCP

 

 

"Questionado pela TSF sobre se tem garantias de que os insultos que ouviu partiram de militantes do PCP, Vital Moreira questionou: «Alguém tem dúvidas de que eram militantes do PCP?».

«É o mesmo que ter dúvidas de que quando há uma manifestação contra a ministra da Educação», Maria de Lurdes Rodrigues, ela é organizada por sindicatos de professores, acrescentou."

 

São bem conhecidas as posições deste candidato do partido que suporta o governo sobre a luta dos professores. Mas dá ideia que o senhor é mesmo de ideias feitas e que até é homem de poucas dúvidas: fica-se a saber, sem qualquer dúvida, que as manifestações contra a ministra da Educação são organizadas pelos sindicatos de professores. Não há pachorra para este Portugal datado e com rotinas tão profissionais mas só em assuntos desta índole.