(a imagem é da responsabilidade do Paulo Sousa)
Não tive a oportunidade de estar presente, mas consigo imaginar a atmosfera que se viveu. Ora leia o belo relato que fui buscar ao blogue do Rui Correia, aqui.
"Já vivi, como suspeitarão, momentos muito agradáveis na minha escola, e desses momentos estou deliberadamente a excluir todos os que mais recentemente me inflamaram. Hoje aconteceu uma destas conflagrações de que me recordarei para sempre. O coro de Sto Onofre, formado pelas mais rouxinadas vozes de que há memória, decidiu recordar duas canções importantes no átrio da escola (“Os vampiros” do Zeca Afonso e “Jornada” do Lopes Graça). Fiquei surpreendido com o poder que estas canções concitam em quem as canta, mas mais ainda fiquei com a reacção do público que, acorreu, pressuroso e em massa, ao local. Alunos, professores, contínuos, pais, entoaram em conjunto as canções. Estas canções vivem e fazem viver. O que geram em quem as canta é arrebatador mas também em quem as ouve. Creio que é, sobretudo, a indesmentível autoridade da sua lírica, que criou em todos quantos hoje encheram o átrio da escola, um convencimento exacto da sua importância.
Tendo por cenário a frase “A liberdade constrói-se” creio que, mais uma vez, a nossa escola soube merecer o prestígio que justificadamente granjeou. A prolongada e veemente salva de palmas, seguida de um sentido “Sto Onofre, Sto Onofre, Sto Onofre…”, literalmente gritado em plenos pulmões, são exactas reproduções do sentimento de incêndio e de unidade que estão instalados neste agrupamento. Uma solidariedade que me parece bem ser indestrutível. Que não haja dúvida: sabemos a razão precisa por que nos sentimos tão enxovalhados."