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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

rss da educação (8)

13.03.09, Paulo Prudêncio

 

 (encontrei esta imagem aqui)

 

O estudo de Pedro Martins prova aquilo que os professores já sabiam: novo ECD e nova ADD prejudicam a aprendizagem dos alunos

 

Vale a pena clicar e ler o estudo; e repito: o estudo tem, desde logo, uma garantia: não tem a certificação da OCDE.pt.

 

Manifestação ultrapassou as 200 mil pessoas, afirma secretário-geral da CG

  

Um número impressionante; percebi que muitos dos não docentes estiveram presentes.

 

Manifestação é a “maior de sempre” da CGTP em Lisboa

 

E forçosamente que terá resultados: quanto mais não seja, reflectir-se-á, com toda a certeza, nos processos eleitorais que se avizinham. E há umas coisas que já se começam a perceber: a maioria absoluta do partido que suporta o governo está a esfumar-se e a pessoa que ocupa o lugar de primeiro-ministro já não é o político mais popular. O partido socialista, que continuo a pensar que é uma coisa diferente do partido político que suporta o governo, que se cuide. É que depois das derrotas que se prognosticam, os oportunistas - e mais umas coisas graves que se adivinham - de direita que ocuparam o referido partido saem de cena e até vão dizer que a culpa não foi deles; foi das corporações que resistiram às suas iluminadas "reformas" - mesmo que sejam uns grandes disparates, se forem baptizadas como umas difíceis reformas têm o apoio maioritário (nem precisam de ler...) -. 

 

Educação: sindicatos acusam tutela de potenciar desemprego com novo concurso

 

Isso é inegável: com a integração dos quadros das escolas nos quadros de agrupamentos a redução no número de vagas é substancial.

 

Professores questionam utilidade de possível greve às avaliações

 

Tudo deve ser questionado, claro. Mas também é necessário tomar iniciativas; e amanhã temos um bom exemplo disso: os movimentos de professores organizam um importante encontro das escolas em luta. E depois, bem depois já conhecemos uma questão que é antiga: a opinião é livre e a oportunidade para a proferir também.

 

Parlamento aprova diploma para limitar sal no pão

 

A sério? Agora é que vai ser.


olhos

13.03.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

 

Confesso-o: nunca pensei que um dia escreveria, ou publicaria no caso em apreço, sobre a indisciplina em ambiente escolar.

 

Sempre entendi que estas matérias eram de um universo que interessava exclusivamente aos directamente envolvidos; e, também, claro, porque não imaginava que o assunto viesse a atingir as actuais proporções. Há, todavia, uma matéria que me recuso a publicar e que, aconteça o que acontecer, nunca darei qualquer nota: os textos escritos por alunos onde são evidentes as suas incompetências para o efeito; repugna-me até que haja quem o faça.

 

Pode ler de seguida um bom texto. Parte dos olhos do filósofo espanhol Fernando Savater e é um dos casos em que em tempos diríamos: com os problemas dos outros, dos nossos vizinhos, podemos nós bem.

 

Ora leia.

 

A indisciplina nas escolas (vista por Fernando Savater).

 

Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar.
Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores.
Os participantes no encontro 'Família e Escola: um espaço de convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas.

'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater.
'As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa', sublinhou.
Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja alegre' e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.
No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os', acusa..
'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar', sublinha.
Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'. Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma escola' deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'.
A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.
'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um privilégio'.
'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina', frisa Fernando Savater.
Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos'.
'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia', afirmou.
Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que 'mais vale dar uma palmada, no momento certo' do que permitir as situações que depois se criam.
Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.