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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

a luta segue dentro de momentos (6)

04.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

A luta dos professores está concentrada, nesta altura, claro, na saga inenarrável dos objectivos individuais. Uma coisa que é tão inacreditável que dá vontade de nos beliscarmos uns aos outros para acreditarmos no estado deplorável a que isto chegou.

 

Entretanto, reabre-se uma outra frente onde se espera alguns resultados. Ora leia esta notícia do Público:

 
Organização espera mais de 180 presidentes na reunião de sábado
Mais Conselhos Executivos contestam avaliação de professores 
 
04.02.2009 - 18h54 Graça Barbosa Ribeiro
Hoje, a três dias da reunião dos Presidentes dos Conselhos Executivos (PCE) marcada para o próximo sábado, em Coimbra, já há mais 52 representantes de escolas do país inscritos do que aqueles que no início de Janeiro se encontraram em Santarém para contestarem o actual modelo de avaliação de desempenho dos professores.

“Neste momento estão inscritos 180 PCE, o que mostra que a situação nas escolas não melhorou e que aumentaram as razões para estarmos preocupados”, frisou Rosário Gama, da secundária de Coimbra Infanta D. Maria, uma das organizadoras do encontro.

Em Santarém, 139 elementos de 128 conselhos executivos de escolas e agrupamentos chegaram a discutir a possibilidade de se demitirem em bloco, mas acabaram por decidir adiar uma decisão sobre o assunto, por considerarem que assim eram “mais úteis à contestação do modelo de avaliação”. Entretanto, decidiram, tentariam fazer engrossar o movimento, para ganharem “mais capacidade reivindicativa”. 

Hoje fecharam as inscrições para o almoço, mas Rosário Gama frisou que aqueles que assim o desejarem podem participar apenas na reunião de trabalho que se lhe segue, a partir das 14h00, no auditório da Fundação Bissaya Barreto, em Bencanta, nos arredores de Coimbra.

voluntários

04.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

 

Fui recebendo emails atrás de emails com a notícia mas nem queria acreditar: só pode ser contra-informação, pensava eu. As informações diziam assim: o ministério da Educação prepara um despacho que regulará o exercício voluntário nas escolas dos professores reformados.

 

Afinal a notícia confirma-se. Parece que a proposta partiu de um grupo de professores reformados e um dos secretários de estado da Educação pegou na ideia. Enfim. Depois de tudo o que se passou, depois da própria ministra da Educação ter dito a propósito "sem rupturas não é possível mudar", depois das reformas com penalização de milhares de professores, é natural que já não exista o mais ténue laço de confiança entre as pessoas que momentaneamente governam o ministério da Educação e os professores portugueses. Portanto, uma coisa destas só pode dar lugar à chacota e à incompreensão generalizada.

 

Fica logo a sensação de ser uma decisão carregada de cinismo e de despudor.

 

Também espantosa é a paranóia centralista e regulamentadora: não é que o projecto de despacho define o número mínimo de horas do exercício voluntário e por aí adiante; e, claro, não podia faltar o relatório das actividades realizadas e a respectiva ficha de auto-avaliação. Sem emenda, esta "despachite" incontinente.

ocde.pt a 40 ou 50 mil - o que é preciso é atrevimento

03.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 (clique na imagem para a ampliar)

 

 

 

O jornal Público faz hoje a seguinte notícia de última hora:

 

"Já na questão do relatório sobre as reformas do ensino básico – que segundo o PSD e o CDS o Governo atribuiu à OCDE – a ministra desdobrou-se em explicações. “Nunca me ouviram dizer nem ao primeiro-ministro que o relatório era da autoria da OCDE”, afirmou a governante, esclarecendo que o perito autor do trabalho foi escolhido de uma lista de especialistas que habitualmente trabalham para a organização e que era o mais qualificado. 

Irritada com as perguntas dos deputados, Maria de Lurdes Rodrigues questionou os efeitos das “suspeições” lançadas sobre a autoria do relatório que terá custado entre 40 mil a 50 mil euros: “pergunto-me no futuro que peritos internacionais estarão dispostos a sofrer o enxovalho que este sofreu?”."

 

 

Ora digam-me lá se estas declarações não são de alguém que parece viver na estratosfera? Conhecendo-se os detalhes do relatório (uma espécie de encomenda descarada) quem é que está preocupado com os tremeliques ou com os maus humores dos peritos internacionais?

 

E depois é a tal questão: 40 ou 50 mil euros como quem vai ali e volto já para tornar a coisa assim como que corriqueira. É preciso é ter uma grande lata, realmente. Depois admiram-se com as incompreensões dos professores "básicos".

prémio (3)

03.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

 

 

Leio em alguns dos blogues de passagem obrigatória, e nos comentários do "correntes", que fui nomeado para o prémio da "pedagogia dos afectos".

Agradeço a todos, mas destaco a presença do meu blogue na "lista dos escolhidos" por parte de duas pessoas que me habituei a respeitar nesta longa e difícil luta dos professores:

 

o Francisco Santos nomeia, aquio meu blogue para o prémio "pedagogia dos afectos";

o Miguel Pinto nomeia, aqui, o meu blogue para o prémio "pedagogia dos afectos". 

 

Já confessei que não sou muito dado a este tipo de coisas. Faço um post que se perderá pelo arquivo do blogue. Não me vão levar a mal, mas não vou colar a imagem na página principal nem vou prolongar a corrente. Mas quero sublinhar que se seguisse as regras do prémio e nomeasse 10 outros blogues, os espaços do Francisco e do Miguel estariam nessa lista. Seria a merecida retribuição. Obrigado aos dois.

 

 

 

 

importante contributo

01.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

O Paulo Guinote do blogue "A educação do meu umbigo" lançou uma importante iniciativa que visa solicitar um parecer jurídico ao advogado Garcia Pereira. Como é evidente, esta acção pode vir a revelar-se essencial nesta fase da luta dos professores.

 

Os interessados em colaborar, eu já o fiz, podem fazer uma transferência bancária de 10 euros através das referências que encontra aqui.

 

Ou aqui:

 

NIB:0018.0003.20167359020.29


IBAN: PT50.0018.0003.20167359020.29

 

 

Posso assegurar que o conhecido advogado faz-se pagar por números aceitáveis. Também devo acrescentar, que encontra no blogue do Paulo Guinote todos os detalhes relativos ao controle e transparência do processo.

 

E é como se sabe: as lutas doem e vivemos um momento desses. Mas como nem somos de desistir nem fáceis de roer, cá estaremos para o que der e vier.

reduzir para não simplificar

01.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

(a imagem que escolhi é muito

ambientalista e reporta aos 3 R:

reduzir, reciclar, reutilizar)

 

 

 

 

"Quantas são as estações do ano Zézito?"

 

"As estações do ano são três: inverno e verão."

a turma

01.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

Tenho ideia que estreou em Outubro de 2008 mas só o conseguimos ver dois meses depois. "A turma" é um filme muito bom e que deveria ser visto por todas as pessoas que gostam de opinar sobre as políticas educativas. Até parece que o realizador escreveu o argumento a pensar no que se passa em Portugal.

 

Será que as mudanças que se verificaram, a favor da luta dos professores, entenda-se, na opinião publicada teve alguma relação com o visionamento (examinar do ponto de vista técnico, digamos assim) deste filme?

 

O argumento tenta ser o mais imparcial possível. Mas há um detalhe que não podia escapar: em França, como em Portugal, a relação entre os serviços centrais da Educação e as escolas parece respeitar a tese do argumento do quarto chinês: o primeiro apenas conhece a sintaxe e nada sabe sobre a semântica dos segundos.

 

No site do jornal Público pode ler-se:

 

 

"A Turma" ("Entre les Murs"), filme de Laurent Cantet ("Recursos Humanos", "O Emprego do Tempo") galardoado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes, segue um ano de um professor e da sua turma numa escola de um bairro problemático de Paris, microcosmos da multietnicidade da população francesa, espelho dos contrastes multiculturais dos grandes centros urbanos de todo o mundo.
O professor François (interpretado pelo próprio François Bégaudeau, professor que escreveu o livro que foi o ponto de partida para este filme) e os seus colegas, preparam-se para um novo ano escolar. Cheios de boas intenções, estão decididos a não deixarem que o desencorajamento os impeça de tentar dar a melhor educação aos seus alunos.
Mas as culturas e as atitudes diferentes colidem frequentemente dentro da sala de aula. François insiste num atmosfera de respeito e empenho. Mas tudo é posto à prova quando os estudantes começam a desafiar os seus métodos.
A turma é composta por actores não-profissionais que foram escolhidos entre alunos de um liceu francês, com quem o realizador trabalhou todas as semanas durante um ano lectivo em ateliês de improvisação. O filme é considerado um retrato exemplar das questões da educação e do desafio de ensinar.

 

 

 

 

É um filme a não perder. Pode ver um vídeo de dois minutos e pouco.

 

 

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