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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

labirinto

18.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

Li um informativo do jornal Público do qual publico de seguida uma pequena parte.

 

Resolvi destacar a bold dois aspectos que me carregaram a atenção. O ex-ministro da Educação diz que aquilo que de momento o anda a interessar mais é o envolvimento familiar na escola. Discordo. Tenho ideia que o que agora nos deve interessar mais é o envolvimento das famílias na educação das crianças.

 

Por outro lado, e garanto-lhe que sei bem do que falo, concordo com as afirmações de João Trigo. Pode ser, e é, uma luta titânica, mas é importante que cada escola defenda os seus interesses mesmo que tenha de desrespeitar a ditadura das leis do poder central.

 

Um verdadeiro labirinto.

 

"Informativo-Notícia 2009-02-18 09:13:00 - jornal Público.
"Ainda não nos entendemos sobre o que é educar", diz o presidente do Conselho Nacional de Educação. 
Segundo Júlio Pedrosa, "é por isso é que às vezes há tantos conflitos entre quem está dentro da escola e quem é encarregado de educação". 

O responsável, que foi ministro da Educação num dos governos de António Guterres, falou ontem à noite, no Porto, num debate sobre autonomia promovido pela Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo. Júlio Pedrosa considerou que "faz falta conversar" acerca dessa questão, situando-a no centro da discussão sobre o papel de cada uma das partes envolvidas na educação. "Aquilo que neste momento me anda a interessar mais é o envolvimento familiar na escola, que é uma das questões mais prementes e vai ser cada mais aguda e crítica, à medida que a nossa sociedade se vai tornando mais complexa", acrescentou. " (...)


João Trigo, da direcção nacional da AEEP e director do Colégio de Nossa Senhora do Rosário, no Porto, considerou que, em Portugal, existe "uma grande ditadura das leis" e que cada escola deve "correr riscos" na defesa dos seus interesses. (...)"

e ainda os objectivos - agora os impressionáveis

18.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

Ora leia o informativo que se segue, se estiver para isso, claro. Os bolds são da minha responsabilidade. Diria assim: ainda a excrescência dos objectivos, agora numa nova versão: os objectivos impressionáveis.


Informativo-Notícia 2009-02-17 19:41:00 - jornal Público.


Presidentes de Conselhos Executivos denunciam "pressão" do Ministério da Educação
"Não vejo que utilidade possa ter essa informação para a DREC ou para o Ministério da Educação", disse, quando contactada pelo PÚBLICO, Isabel Le Gué, presidente do Conselho Executivo (PCE) da secundária Rainha D. Amélia, de Lisboa, considerando que o objectivo "só pode ser pressionar, no pior sentido". 

Contesta, em concreto, aquela pergunta, enviada, pelo menos às escolas da Região Centro, no âmbito de um inquérito em que se pedem, também, o número de professores que entregaram objectivos, o dos que os não entregaram, o dos que requereram avaliação científico-pedagógica e avaliador do próprio grupo disciplinar e ainda o daqueles que pediram dispensa de avaliação. 

"Que relevância tem a posição do PCE em relação aos que não entregaram os objectivos individuais? Infelizmente, só posso interpretar a pergunta como uma manobra intimidatória, como forma de levar os PCE a agirem - não com o propósito que devia ter qualquer avaliação, a de melhorar o desempenho dos avaliados - mas sim por medo de serem prejudicados", reagiu Isabel Le Gué.

Na sua perspectiva, a intenção "poderá ser impedir o movimento [de PCE contestatários] de crescer. "Somos muitos, mas podemos vir a ser muitos mais e penso que esta será uma maneira de nos tentarem silenciar", acusou.

O PÚBLICO contactou um elemento da assessoria de imprensa do Ministério da Educação, que se escusou a comentar a denúncia, alegando que "é momento de avaliar e não de comentar assuntos relacionados com a avaliação".

país ensandecido?

18.02.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

Já o escrevi por diversas vezes: nem sei que dizer mais em relação à completa descomunalidade em que se tornou a praga supérflua dos objectivos individuais na avaliação do desempenho dos professores. E assim vai o nosso sistema escolar com um estratosférico elenco de prioridades.

 

Ora leia.

 

Aprovado pedido de explicações ao Governo sobre objectivos individuais dos docentes 
17.02.2009 - 21h00 Lusa
O PS viabilizou hoje um pedido de esclarecimento ao Ministério da Educação sobre as "consequências legais e disciplinares" da não entrega por parte dos professores dos objectivos individuais, no âmbito do processo de avaliação de desempenho. Na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, os partidos aprovaram por unanimidade uma proposta do PSD neste sentido, na qual a ministra Maria de Lurdes Rodrigues é ainda questionada sobre o "enquadramento legal" decorrente do incumprimento daquele procedimento.

"Com efeito, as soluções normativas em vigor não se apresentam claras e inequívocas, designadamente para quem tem a responsabilidade de fazer cumprir a lei e executar o referido processo de avaliação de desempenho", lê-se no documento hoje aprovado no Parlamento. O deputado social-democrata Pedro Duarte sublinhou o facto de ter sido toda a comissão a solicitar esclarecimentos, e não apenas um grupo parlamentar individualmente. "Ou o Governo não sabe a resposta e isso é um sinal de desorientação ou sabe e não quer dizer para manter o clima de pressão e incerteza sobre as escolas", acrescentou o parlamentar do PSD.

Já o deputado do PS Luiz Fagundes Duarte justificou a aprovação da proposta do PSD com a necessidade de esclarecer esta matéria: "Não temos nada contra que o Governo dê explicações. Há todo o interesse em que as coisas sejam esclarecidas, a partir do momento em que há dúvidas", afirmou. Instada a comentar o pedido de explicações da comissão, fonte do Ministério da Educação limitou-se a afirmar que o mesmo "será respondido".

No início do mês, durante uma audição no Parlamento, nem a ministra da Educação nem os secretários de Estado responderam a esta questão, na altura colocada insistentemente por PSD, Bloco de Esquerda e PCP. À saída, perante a insistência dos jornalistas, Maria de Lurdes Rodrigues afirmou que "as consequências de fazer ou não fazer a avaliação estão estabelecidas nos decretos-lei e decretos-regulamentares", sem, no entanto, as indicar.

Segundo os sindicatos de professores, os conselhos executivos, seguindo orientações da Direcção-Geral de Recursos Humanos da Educação, estão a notificar os professores que não entregaram os objectivos, argumentando que assim o docente "está impedido de elaborar a sua auto-avaliação", "está impedido de ser avaliado" ou "deixará de lhe ser considerado o tempo de serviço".

A Federação Nacional dos Professores, por exemplo, já ameaçou processar os conselhos executivos que recusassem avaliar os docentes por falta de objectivos individuais, alegando que nenhum dos diplomas referentes à avaliação de desempenho estabelece essa consequência.