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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

e ainda e novamente os objectivos individuais

27.01.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

 

Este folheto à volta dos objectivos individuais tornou-se mesmo uma coisa patológica.

Leio no blogue do Paulo Guinote, aqui, mais uma útil informação.

 

 

O post tem o seguinte título:

 

De Acordo Com O Próprio ME Não Há Lugar A Procedimento Disciplinar, Certo?

A entrega dos objectivos individuais é uma responsabilidade do docente?

 

"Sim. O prazo para entrega dos objectivos individuais deve estar definido no calendário aprovado pela escola. Nas situações em que esse prazo não seja cumprido, deverá o director/presidente do conselho executivo notificar o docente desse incumprimento, bem como das respectivas consequências, ou seja, o período sem avaliação não será considerado para efeitos da evolução na carreira do docente. No entanto, uma vez que, quando existe falta de acordo, prevalece a posição do avaliador, poderá o director/presidente do conselho executivo fixar os objectivos ao avaliado, tendo por referência o projecto educativo e o plano anual de actividades da escola.
 

Isto significa serem infundados receios de:

Instauração de processos disciplinares.

Não contagem do tempo de serviço para efeitos de concurso."

 

 

Os interessados têm ainda informação mais detalhada no excelente blogue do Francisco Santos, aqui.

 

tragédia ou comédia

27.01.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

Pelo que li no blogue do Ramiro Marques, aqui, o famigerado relatório da OCDE a páginas tantas diz assim:

 

 

"As principais alavancas do processo, tais como a Ministra e os Directores Regionais, não são funcionários públicos independentes, mas políticos nomeados e sintonizados com os objectivos da política governamental. São apoiados por serviços de dados actualizados ao minuto, que permitem uma tomada de decisão inteligente e bem informada."

propaganda e outras coisas mais...

27.01.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

Os média "mainstream" faziam ontem notícia da apresentação de um relatório, da OCDE, muito elogioso para o conjunto de políticas educativas do actual governo em relação ao 1º ciclo de escolaridade.

 

Vi, a propósito, o primeiro-ministro tecer rasgados elogios ao que se tem feito nessa área da Educação, com saliência para as características de personalidade da actual ministra da Educação: determinada, corajosa, resistente e outras adjectivações do género. Ao que me pareceu ouvir, o primeiro-ministro teve uma grande satisfação em trabalhar com a actual responsável pela pasta da Educação.

 

Fui ler o famigerado relatório, aqui, e ao passar pelos blogues dei com duas análises. Uma de José Matias Alves, aqui, e outra de Ramiro Marques, aqui. Em ambas verifiquei críticas essenciais: relatório pouco rigoroso, parcial (parece uma coisa encomendada), com conclusões claramente abusivas e precipitadas. Enfim. Os mais interessados devem passar pelos links que recomendo e tirarem as suas próprias conclusões.

 

Depois li uma nota de imprensa do sindicato dos inspectores da Educação e do Ensino. Fiquei estupefacto. É grave o que ali se pergunta

 

Se cruzarmos as conclusões do citado relatório com o conteúdo desta nota, ficamos com a óbvia impressão de que há ainda mais mundo para além da propaganda.

 

NOTA DE IMPRENSA

Sete (7) perguntas ao Senhor Secretário de Estado da Educação.

A notícia inserta na página 12 do “Público” do passado  dia 22, com o título “Ministério da Educação vai avaliar a qualidade «interna e externa» dos cursos profissionais” , suscita-nos algumas perguntas, que gostaríamos de ver respondidas.  Citamos da notícia:“O Ministério da Educação (ME) vai arrancar em breve com a avaliação aos cursos profissionais das escolas públicas. A garantia foi dada pelo Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos (…). «O contrato está pronto e a adjudicação vai ser feita muito em breve», sublinhou Lemos (…)”. Esta notícia, como se vê, coloca inúmeras questões. Entre outras, e não sendo exaustivos:

1. Por que está a Inspecção-Geral da Educação (IGE) arredada de todo este  processo?;

2. De que contrato, com que caderno de encargos,  e de que adjudicação se está a falar?;

3. A IGE possui competências legais e técnicas, e meios e experiência, para, no âmbito de uma redefinição das suas prioridades e do urgente reforço dos seus quadros, fazer esta avaliação - por que é que a não faz?;

4. Assim sendo, qual o fundamento legal, técnico, orçamental e financeiro que justifica esta externalização do serviço?;

5. A IGE já desenvolveu e aplicou um Programa de Avaliação Integrada das Escolas, a IGE já fez a avaliação de escolas profissionais públicas, a IGE está a aplicar neste momento um programa de Avaliação Externa das Escolas - e é colocada à margem desta avaliação aos cursos profissionais das escolas públicas, assim se propiciando “contratos” e“adjudicações”?;

6. A IGE, para além de credível e competente, também sai naturalmente mais barata aos contribuintes, pelo que uma outra pergunta se torna inevitável: quais os custos deste contrato, isto é, quem ganha e quem perde com este negócio?;

7. A aplicação de um processo de avaliação promovido pelo Ministério da Educação pode ser um negócio?

Pel’A Direcção do Sindicato dos Inspectores da Educação e do Ensino. José Calçada (Presidente).

 

limpidez

27.01.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Sindicato de Professores do Norte (SPN) faz um esclarecimento que deve ser lido com toda a atenção.

 

Ora leia.

 

ENTREGAR OS OBJECTIVOS INDIVIDUAIS SIGNIFICA:

ajudar agora o ME a implementar o seu modelo de avaliação e a consolidar o seu ECD;

aceitar que, no próximo ano lectivo, o modelo imposto pelo ME se aplicará na sua versão integral;

conformar-se com a existência de titulares e de quotas;

colaborar na degradação da escola e da profissão docente;

desperdiçar toda a força acumulada nas grandiosas manifestações de 8 de Março e 8 de Novembro e nas históricas greves de 3 de Dezembro e 19 de Janeiro.

 

NÃO ENTREGAR OS OBJECTIVOS INDIVIDUAIS SIGNIFICA:

· rejeitar o modelo de avaliação do ME e continuar a contestação.
 

Mesmo correndo riscos, eles serão sempre insignificantes se comparados com os prejuízos provocados pela aplicação deste modelo, sobretudo tendo em conta que, neste momento, o risco será sempre muito limitado, porque:

A entrega dos objectivos não tem carácter obrigatório, portanto, não dá lugar a qualquer sanção disciplinar.

A não entrega dos objectivos não impede a continuação do processo de avaliação, já que a auto-avaliação, apesar de ser meramente consultiva, é considerada um dever, tenha-se ou não apresentado objectivos.

Os parâmetros da ficha do Presidente podem ser pontuados com ou sem objectivos definidos.

A avaliação não terá qualquer efeito nos concursos para o próximo ano lectivo.

Mesmo que assim não fosse, os professores são mais de 140 mil… Alguém imagina possível a instauração de processos disciplinares ou mesmo a assunção da não contagem do tempo de serviço a dezenas de milhar de docentes?!

Por isso, a questão central, neste momento, é a seguinte:

VAMOS DEIXAR RUIR A UNIÃO E A FORÇA QUE TÃO DURAMENTE CONSTRUÍMOS?

O SPN e a FENPROF apelam a todos os professores para mostrarem a este Governo intransigente e incompetente que a dignidade não tem preço.

Nas escolas onde não for possível aprovar esta posição, isso não impede os colegas em minoria de afixar na sala dos professores uma Declaração de não entrega de objectivos. A contabilidade da não participação neste modelo far-se-á não só pelo número de escolas, mas também pelo de professores que, em todo o país, dele claramente se demarcaram.

do momento

27.01.09, Paulo Prudêncio

 

 

Vive-se uma fase do tipo "a luta segue dentro de momentos" na vida profissional dos professores portugueses em defesa da escola pública.

 

Encontrei umas ideias que, com alguma imaginação, podem ajudar a perceber alguns dos aspectos que rodeiam o momento e contribuir para dois estados de espírito: por um lado serenar os ânimos e por outro reafirmar o óbvio: a luta é longa.

 

Ora leia:

 

 

A distorção da empatia.


  • Johnny deixa o seu melhor amigo brincar com a sua bola nova. Mas o amigo não teve cuidado e perdeu a bola. E não quer dar outra ao Johnny.
  • O amigo do Johnny, com quem ele gostava muito de brincar, mudou-se. O Johnny não pode brincar com o seu amigo.

 

Daniel Goleman, Inteligência social, a nova ciência das relações humanas;

Círculo de Leitores; Lisboa 2006; tradução de Mário Dias Correia;

pág. 249

 

 

"(...) A teoria evolucionária afirma que a nossa capacidade de sentir quando devemos desconfiar tem sido tão essencial para a sobrevivência da espécie como a capacidade de confiar e cooperar."

 

 

Daniel Goleman, Inteligência social, a nova ciência das relações humanas;

Círculo de Leitores; Lisboa 2006; tradução de Mário Dias Correia;

pág. 40