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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

a luta segue dentro de momentos (1)

10.01.09, Paulo Prudêncio

 

 

Começa a ser demasiado repetitivo desconstruir as políticas deste ministério da Educação. 

 

A luta dos professores portugueses, que já se arrasta há quase dois anos, conhece episódios a um ritmo quase diário; e tem tipo sempre o mesmo tipo de epílogo: os professores dizem que assim não pode ser e o governo contraria com pompa e veemência: passam uns tempos e lá vem o governo dizer que afinal estava errado e que vai fazer as necessárias alterações. Mas nada de substancial acontece: as mudanças, de cosmética, acabam por revelar ainda mais injustiças e inexequibilidades. Até quando? Já se viu que os professores não desistem: e não desistem porque não podem: ninguém, com um mínimo de profissionalidade, consegue adequar o que é inaplicável. É caso para dizer: o que nasceu tão tortinho nunca mais se endireitará. E depois existe o chorrilho de brutais injustiças que o ECD criou.

 

Hoje conheceu-se mais um episódio. Fica a ideia que a luta segue dentro de momentos.

 

 

Ora leia.

 

Presidentes de escolas do Norte e Centro vão entregar à ministra manifesto sobre avaliação.

Santarém, 10 Jan (Lusa) — Os 139 presidentes de órgãos de gestão de escolas hoje reunidos em Santarém decidiram elaborar um manifesto, a entregar “pessoalmente” à ministra da Educação, contendo a sua posição sobre o modelo de avaliação dos professores.

Numa reunião em que chegou a ser “ponderada” a demissão em bloco de todos os presidentes de conselhos executivos (PCE) presentes, estes acabaram por decidir deixar essa discussão “para outra altura”, nomeadamente para o caso de a resposta ao seu manifesto não os deixar “mais tranquilos”.

Maria João Igreja, presidente do conselho executivo do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano, de Santarém, disse, no final da reunião, que se prolongou até cerca das 18:00, que os PCE decidiram “reforçar a posição do Conselho de Escolas, pedindo a suspensão do modelo de avaliação”.

Este pedido sustenta-se no facto de considerarem que “não é possível levar [este modelo] por diante, mesmo simplificado, porque recaiu nos conselhos executivos todo o trabalho e responsabilidade de o aplicar e porque foi retirada a componente científico-pedagógica, que retira a essência da sua função”, disse.

Os PCE hoje reunidos em Santarém, provenientes de escolas do Norte e Centro do país, decidiram marcar nova reunião para 07 de Fevereiro, no mesmo local, para abordar “outros temas”, esperando ter “mais adesão”.

“Este encontro foi muito importante para dividirmos dúvidas e dificuldades e partilharmos o que uns e outros sabem”, disse Maria João Igreja, assegurando que, mesmo não se tratando de um movimento organizado, estas reuniões devem continuar para que “cada um não fique no isolamento das suas escolas”.

Maria João Igreja disse não ser possível apontar ainda uma data para a entrega do manifesto, que terá de ser primeiro elaborado e ratificado por todos os PCE presentes na reunião.

Interrogada sobre se, perante as dificuldades apontadas, ponderam não aplicar o modelo de avaliação recentemente promulgado pelo Presidente da República, Maria João Igreja afirmou que, embora não concordem, vão avançar com o processo porque os PCE têm a “obrigação de cumprir e fazer cumprir a lei”.

“Nenhuma voz se pronunciou contra a avaliação. Todas a consideram essencial, pela credibilidade do ensino, mas não este modelo”, afirmou.

Fernando Trindade, da Escola Secundária da Mealhada, afirmou que em questão está, nomeadamente, a “exequibilidade” do processo, pelas tarefas que são incumbidas aos conselhos executivos (CE).

Como exemplo deu o prazo de 15 dias para os CE se pronunciarem sobre os objectivos pessoais traçados por cada professor.

“Numa escola com 180 ou 200 professores, é praticamente impossível analisar e negociar todos, mesmo delegando competências, o que levará a que muitos possam ser aceites tacitamente, o que é perder o rigor” do processo, afirmou.

 

tristeza

10.01.09, Paulo Prudêncio

 

 

Já por aqui dei conta da minha tristeza com as posições assumidas pelos deputados do partido socialista que tinham como actividade profissional a docência: enfim; muito francamente, nem sei se merece estar para aqui a descrever o que a maioria dos leitores já percebeu.

 

De uma coisa estou seguro: os professores mais atentos a estes assuntos jamais esquecerão os factos que têm ocorrido neste domínio.

 

descontentamento

10.01.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

Recebi um texto por email que guardei na pasta reservada aos documentos a publicar no blogue. É uma pequena parte de um estudo cujo autor desconheço (mas a fonte, que entretanto me escapou, era segura, se bem me lembro). É um texto que tem um conteúdo triste mas óbvio.

 

Ora leia.

 

"Quase 75 por cento dos professores mudavam de profissão se tivessem alternativa e 81 por cento admitem que, se pudessem, pediam a aposentação, mesmo com penalizações, segundo um inquérito a mais de mil docentes que será apresentado hoje.
Este é o melhor sinal da falta de respeito deste Governo (e de outros) por uma classe profissional que abrange mais de cem mil pessoas e é fundamental para qualquer "pogresso" ou desenvolvimento de qualidade de um qualquer país. Significa ainda, acima de tudo, uma falta de respeito, por todos os cidadãos de um país que esperam e desesperam pela melhoria sensível das condições de vida e revêem todos os anos, a tendência para o contrário".