dias alegres (3)
Há um aspecto nas posições que a minha escola tem assumido nesta luta dos professores que me deixa particularmente orgulhoso por pertencer a uma instituição com aquela cultura de liderança e de responsabilidade.
Antes de ir directamente ao assunto quero sublinhar o seguinte: no seguimento da publicação da primeira versão do modelo de avaliação dos professores, todos têm bem presente o que se passou: houve uns quantos que começaram por dizer que a coisa era monstruosa e inaplicável e foram considerados uns hereges e que o não queriam era ser avaliados; como mais tarde se provou, tinham razão: não há hoje quem contrarie essa constatação; mais tarde, e após o entendimento entre o governo e os sindicatos de professores, passou-se o mesmo: existiu até uma primeira redução do modelo que deu no que deu: foi considerada, de forma quase unânime e até pelo próprio governo, como inaplicável; a situação actual é apenas uma repetição de cenas já nossas conhecidas, embora o modelo de avaliação esteja, se é que ainda era possível, mais inaplicável.
Voltemos então ao que me orgulha tanto na minha escola. Nesta instituição, todas as decisões de suspensão ou de não aplicação do modelo foram tomadas pelos avaliadores (professores titulares, obviamente) porque estudaram os assuntos e concluíram da sua completa inexequibilidade. Nada nesse sentido foi exigido aos professores avaliados. Os avaliadores assumiram a sua inteira responsabilidade, naturalmente. É claro que todos os professores da escola foram ouvidos e manifestaram a sua opinião. Mas não existiu uma única reunião geral de professores e os abaixo-assinados foram apenas sectoriais. Ou seja, os avaliados sentiram-se representados pelos responsáveis que elegeram e confiaram nas suas decisões. E como se viu, tinham razões para isso.