estação inexistente
09.10.07, Paulo Prudêncio
Já dei conta da existência de uma sala de teatro no sótão da antiga lavandaria do hospital termal das Caldas da Rainha: não conheço a opinião dos produtores da companhia profissional que ali trabalha, mas para mim, como espectador, o espaço é excelente. Assisti a umas quatro ou cinco peças naquele lugar e apanhei sempre noites amenas e de bom tempo: é provável que, em dias de extremos climatéricos, as condições para actores e para espectadores sofram alterações significativas.
Desta vez, fomos atrás de uma "estação inexistente": como quem procura um lugar na irreversibilidade do tempo, entrámos curiosos e saimos pensativos: dei comigo a reflectir na necessidade de voltar à peça para a compreender melhor.
Duas histórias na mesma estação de comboios: a primeira, de Pirandello - "O homem de flor na boca" - relata a conversa entre dois homens, em plena madrugada, no bar da estação; a segunda, de Rocco D´Onghia - “Um contínuo movimento, um estranho equilíbrio” - narra, também de madrugada, a vida de dois trabalhadores da estação, um homem e uma mulher, e os seus encontros com um idoso perdido e à procura do comboio que partirá.
Num cenário lindíssimo, o profissionalismo da companhia não deixa detalhes por pensar: uma hora - sem intervalo - uma actriz, Isabel Lopes, e dois actores, Victor Santos e Carlos Borges.
No par ou impar que tanto nos ocupa, a estação inexistente, tem uma leitura simples para um texto exigente: não existe lugar.
A não perder.
Desta vez, fomos atrás de uma "estação inexistente": como quem procura um lugar na irreversibilidade do tempo, entrámos curiosos e saimos pensativos: dei comigo a reflectir na necessidade de voltar à peça para a compreender melhor.
Duas histórias na mesma estação de comboios: a primeira, de Pirandello - "O homem de flor na boca" - relata a conversa entre dois homens, em plena madrugada, no bar da estação; a segunda, de Rocco D´Onghia - “Um contínuo movimento, um estranho equilíbrio” - narra, também de madrugada, a vida de dois trabalhadores da estação, um homem e uma mulher, e os seus encontros com um idoso perdido e à procura do comboio que partirá.
Num cenário lindíssimo, o profissionalismo da companhia não deixa detalhes por pensar: uma hora - sem intervalo - uma actriz, Isabel Lopes, e dois actores, Victor Santos e Carlos Borges.
No par ou impar que tanto nos ocupa, a estação inexistente, tem uma leitura simples para um texto exigente: não existe lugar.
A não perder.