erros
05.08.06, Paulo Prudêncio
Dizer que o sistema escolar em Portugal está de rastos tornou-se moda. Desde dirigentes dos partidos políticos que passam a vida a anunciar reforma sobre reforma até aos colunistas que propalam a falência do dito e passando pelos jornalistas que editam os mais variados e arrasadores editoriais, a ninguém escapa a oportunidade de zurzir nas nossas escolas.
Esquecem-se que o país tem 30 anos de democracia e que tinha acabado de sair de uma ditadura de 48 anos: sim, 48 anos. Mas como têm de anunciar novidades, nada melhor do que escolher a área mais significativa das areias movediças.
Um dos aspectos que mais me incomoda é o desprestigiar dos nossos jovens. Dizem que eles falham muito, nomeadamente na capacidade de escrever sem erros.
Ora leia a seguinte notícia: “a final do Campeonato Nacional de Língua Portuguesa, organizado pela sic, não teve grandes resultados para quem estava sentado na primeira fila da Aula Magna. Francisco Balsemão, que também era presidente do júri, ouviu o ditado lido por Bárbara Guimarães, apresentadora do concurso, e deu seis erros. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, tinha sete erros no seu ditado e o reitor da Universidade de Lisboa, Barata Moura, deu cinco erros”.
Ai se fossem três jovens universitários.