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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

do tempo da roda quadrada

03.01.14, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

 

O ainda ministro da Educação insistiu, nem sei se ainda insiste, na ideia das disciplinas essenciais (vulgo ler, escrever e contar; ficaram de fora as ciências, a história, a filosofia, a geografia, as línguas estrangeiras, as disciplinas da área de expressões e por aí fora). Foi uma questão de fé, já que, e a exemplo do número de alunos por turma, não apresentou qualquer fundamento empírico. Mesmo as teorias não saíram, e repito, do domínio da crença ou dos achamentos preconceituosos. Francamente, não esperava voltar a ouvir um discurso desse teor. A invenção da roda está distante, mas é seguro que sem a forma circular os solavancos aumentarão o atrito, a ineficiência e a ineficácia e o retrocesso civilizacional será garantido.

 

A concentração nas essenciais inscreveu mais horas curriculares e exames, para além de mais horas de formação que não saíram da intenção e que até terminaram com o que já existia em nome do ajustamento nos do costume. Um governante pode achar que faltam horas de ensino aqui ou ali para uma determinada aprendizagem e que quer examinar esses saberes muitas vezes. Mas quando enuncia publicamente que o seu achamento divide as disciplinas em mais e menos, dá um péssimo sinal à sociedade e acrescenta ruído no ensino das achadas não essenciais; institui o tempo da roda quadrada, digamos assim. Recordo-me da ministra Lurdes Rodrigues e do seu chefe Sócrates. Tanto propalaram o descrédito dos professores que acabaram desacreditados. O essencialismo cratiano teve o mesmo efeito, apesar de ainda se assumir com máscaras diversas.

 

 

(Já usei parte deste texto noutro post)

 

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