Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

das falácias e do chico-espertismo

10.11.13, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

Já fiz mais posts sobre os rankings 2013 do que projectei, mas a alucinação atingiu o pico previsto e temos o dever de debater com o esforço de não cair em sei lá o quê.

 

Os tempos são muito difíceis para a defesa da escola pública. É uma luta muito desigual agravada com o "vale tudo" dos que não se cansam em delapidar o orçamento do Estado.

 

Segundo um dos investigadores ouvido pelo Público (uma muito interessante entrevista), "(...)Aliás, se não fosse assim os jornais não fariam cadernos especiais sobre os rankings, porque nesse dia os jornais vendem mais… Mas pode servir para motivar e para desmotivar, para mobilizar e para desmobilizar.(...)".


O caderno de 48 páginas do suplemento rankings do Público tem abundante publicidade das escolas privadas e cooperativas. O que se diria se uma escola pública fizesse o mesmo ainda por cima nestes tempos de cortes a eito? Recorda-me a última campanha eleitoral para as legislativas em que as escolas ditas privadas até usavam crianças nas manifestações. O que também se diria se as escolas públicas imitassem o despudor?

 

Uma das publicidades é elucidativa. A Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo pagou a pérola que vê a seguir.

 

 

 

 

 

O João Daniel Pereira fez um estudo, que me enviou por email, sobre os resultados das cooperativas de ensino que são financiadas integralmente pelo orçamento do Estado e que pode consultar mais abaixo.

 

Ainda neste âmbito e na entrevista aos tais investigadores, cuja ligação indiquei, pode ler-se uma passagem incontornável: "(...)Os dados de apoio social não estavam completos para todas as escolas. E eu até acrescentaria que, por exemplo, uma das questões sobre as quais nos temos debruçado é na divisão entre o público e o privado e a suposta inflação de notas. Ora, não há dados socioeconómicos para as privadas.(...)" 

 

Para além de tudo isto, e como se verifica, só o chico-espertismo permite confundir as escolas integralmente privadas com as financiadas pelo Estado. É que já sabemos que os políticos ultraliberais vão passar o ano a usar de forma falaciosa os resultados dos rankings 2013. Pode ainda ler este post do Nuno Domingues que vai no mesmo sentido.

 

 

 

4 comentários

Comentar post