até estes?
(Declaro, desde já, que este post foi muito bem pesado.)
"Os professores estão a ser exterminados", afirmou, no último eixo do mal, Clara Ferreira Alves. Pedro Marques Lopes anuiu e até reforçou. A primeira acrescentou qualquer coisa do género: "Mas esta gente não entende que os professores lidam com o futuro e não podem suportar este estado de desesperança permanente".
Transcrevo estas afirmações porque são elucidativas em dois aspectos: o adjectivo usado, exterminados, é fortíssimo e os dois habitantes do eixo do mal eram insuportáveis Lurditas D´oiro e desconheciam que a desesperança, a tortuosidade, as feridas profundas na dignidade e na desconfiança entre pares já têm uma escola com anos a fio que agora atingiu um qualquer auge; mas há um lado de esperança para os professores: se até estes foram iluminados, então o caminho pode mudar de rumo.
Demorei a usar adjectivos tão fortes como "exterminados", mas devo ter utilizado algo semelhante. Os meus amigos mais socialistas sempre me alertaram para o peso das palavras e para o facto de haver quem sofresse mais. Sabia que sim, naturalmente, até no âmbito material. Só que o extermínio tem requintes que só os exterminados reconhecem.
Vou, como professor e como cidadão, tendo a minha conta no processo. Mas as minhas circunstâncias suavizam os efeitos se comparadas com as de milhares de colegas meus.
Aconselho a audição desta comovente fita dedicada aos professores e aos requisitos.