plano inclinadíssimo
Nuno Crato foi muito para além da troika. Ou seja: sabemos do memorando e da condição de protectorado, mas o que se espera de um primeiro-ministro na defesa do país (e Passos, o feitor, fez tudo ao contrário) é o mesmo que se exige a um ministro da Educação em relação ao sistema escolar.
Nem no conselho de ministros Nuno Crato deve ter sido uma voz em defesa da escola pública; pelo contrário. Nuno Crato expôs a escola pública às barbarides, como foi exemplo flagrante a seguinte passagem de uma inenarrável entrevista "(...)Uma turma com 30 alunos pode trabalhar melhor do que uma com 15. Depende do professor e da sua qualidade(...)".
É evidente que o achamento-de-armazenamento-de-alunos atinge a educação especial. É o momento mais grave da delapidação da escola pública.
Contratar mais 1.000 professores, por exemplo, (o rendimento bruto anual de cada um andará entre os 18.000 e os 20.000 euros) resultará num investimento de cerca de 20 milhões. Este valor é uma migalha no meio dos biliões de corrupção, swaps incluídos e agora omitidos, e da fuga aos impostos para os paraísos como a Holanda. Mas aí não se toca. Como não se toca nas mordomias dos gabinetes ministeriais ou nos empregos para o pessoal dos aparelhos partidários esplhados pelos trezentos e tal concelhos do país.