sentido único
"Temos excesso de recursos humanos", dizem a totalidade dos governantes portugueses deste milénio quando se referem ao que é gerido pelo Estado.
Para além do aspecto, que não é menor, de se referirem às pessoas como recursos, nunca se ouviu de um governante, com mais ou menos experiência e conhecimento, a firme determinação neste tipo de redução nas instituições do Estado que "empregam" as pessoas dos aparelhos partidários. Desde os assessores aos secretários dos gabinetes governamentais, passando pelo número de deputados e pela despesa com o consumo das entidades públicas e terminando no número de concelhos com os cargos inerentes, podíamos estar a tarde toda a elencar os exemplos que desgastam a democracia.
Poiares Maduro chegou e já concluiu por mais uma redução. Quando lhe pedem detalhes, lá vem o outsourcing e a externalização de serviços (que é como quem diz precarização nos do costume, retrocesso civilizacional e entrega do orçamento do Estado a empresas dos amigos do partido). São os pés pelas mãos e as mãos pelos pés.
O sistema escolar, e de acordo com a abundante informação, não escapa ao desvario dos cortes a eito. Mas já se sabe: a acusação dos Poiares Maduros deste mundo está bem ilustrada na imagem seguinte.