dos perigos reais e comprovados da municipalização
"Consigo escolher melhor os professores do que o concurso nacional", sentenciou há uns poucos anos um presidente de uma Câmara Municipal que pretendia assinar com o poder central um contrato tipo-cooperativa para as escolas do concelho que representa. Fiquei atento ao desenvolvimento de um processo iluminado por mais uma pessoa que não se considera incompetente, que não advoga que o verdadeiro serviço público é inclusivo e que o desafio é melhorar as instituições com as pessoas que existem.
Os anos passaram, poucos como escrevi, e ouvi, de pessoas autorizadas, que esse concelho é um exemplo de contratação por amiguismo. Não me surpreendi.
Na última campanha eleitoral autárquica deparei-me com um documento concelhio do partido desse presidente de Câmara. O sublinhado a caneta já lá estava e é mais uma pérola que confirma a afirmação com que iniciei o post (para além do quase risível, se não fosse trágico, caderno de encargos da escola). "É um concelho onde devem estar as melhores pessoas", numa frase meritocrática que termina sempre em exclusão com base nos critérios referidos. É mais um exemplo para os que defendem, até de boa fé, a municipalização do mercado escolar num país viciado na não transparência dos actos.