está, finalmente, explicado o enigma para a prevalência da tortuosidade
Utilizo computadores da Apple desde 1986. Para além do design arrojado, o que mais me seduziu foi o sistema operativo e as aplicações associadas. A génese simples, amigável, intuitiva, descomplicada, poderosa para a organização de sistemas de informação, fiável, sem vírus e por aí fora garantiram a fidelidade. A base de dados Filemaker, por exemplo, tem-me acompanhado como oxigénio profissional.
A utilização Apple em Portugal foi sempre minoritária. Foram anos de muita paciência a ouvir os concorrentes da Microsoft: a Apple é informática-para-tótós, as janelas e pastas são cantos de sereia do design, nada de profundo se faz com esse software e por aí fora.
Por volta de 1990 testei as dúvidas e concluí: para ligar um computador, clicar no rato e usar teclas até começar a escrever um texto, num Apple fazia 5 operações e num "PC" mais de quarenta. O fenómeno agudizou-se ao longo dos anos e ficava perplexo com a paixão exclusiva do pessoal da Microsoft que nem se atrevia a tocar num Apple.
E não se julge que esta explicação não influenciou a manutenção da má burocracia que acompanha o sistema escolar na passagem para o digital. A saga do que se pode "fazer-com-um-clique-é-feito-com-10-ou-20", arrastou a cultura organizacional, e os raciocínios subjacentes, para o comprovado "inferno".
Bill Gates deu finalmente a explicação que o Ionline registou ontem. A tortuosidade começou cedo e no famoso control+alt+delete. O co-fundador da Microsoft assume o erro. São três teclas em vez de uma. A coisa disseminou-se e foi o que se sabe.
"Bill Gates admite que que a criação do Ctrl+Alt+Delete, que permitia a efectuar de forma segura o login num sistema Windows, foi um erro.
Numa conferência na Universidade de Harvard, o co-fundador da Microsoft admitiu que esse atalho, que implica pressionar três botões ao mesmo tempo para entrar num sistema operativo e que actualmente é mais usado para aceder aos comandos de reinicialização e de gestão de tarefas, não é prático e que a sua criação “foi um erro”.
Gates atribuiu responsabilidades à IBM e afirmou que poderia ter sido criado apenas um botão se um funcionário daquela marca de computadores não tivesse insistido naquela sequência."