não deixem que alguém seja esquecido!
O Expresso diz assim:
"Excerto do discurso proferido por Malala Yousafzai na cerimónia de entrega do galardão "Embaixador de Consciência da Amnistia Internacional", em Dublin, Irlanda, a 17 de setembro de 2013. Malala ficou conhecida no ano passado, quando levou um tiro na cabeça por defender no seu blogue o direito das raparigas à educação no Paquistão. Sobreviveu e hoje é uma fervorosa ativista."
"(...)Gostaria de agradecer à Amnistia Internacional pelo seu continuado trabalho de proteção dos direitos humanos e por me dar esta distinção pela nossa campanha global em nome da educação das raparigas. É com a maior humildade que partilho hoje este galardão com o não só Rei do Calypso, mas também rei das campanhas pelos direitos humanos em todo o mundo. Tem a minha profunda admiração, Sr. Harry Belafonte.
Caros irmãos e irmãs, como muitos de vós saberão, o meu amado país natal, o Paquistão, e os seus cidadãos estão a sofrer nas mãos de violentos terroristas. A guerra continua a ser travada contra civis inocentes do Afeganistão, enquanto raparigas de todo o mundo são privadas do seu direito básico à educação. Raparigas como Sambul, de 5 anos, são vítimas de violência sexual. Defensores dos direitos humanos são mortos, como Sushmita Banerjee, uma profissional da saúde e autora morta a tiro no Afeganistão. Podemos ver que na Síria as pessoas estão sem abrigo e as crianças fora da escola. Na Índia as crianças são vítimas de trabalho infantil e de tráfico de menores.
Em muitos países, as mulheres têm sido vítimas de abuso sexual, casamentos precoces forçados e trabalho doméstico. Não são aceites como seres humanos, mas são vistas como seres inferiores, negligenciadas e marginalizadas. As mulheres são privadas dos seus direitos básicos à igualdade e à justiça. Eu poderia continuar indefinidamente a falar das atrocidades e das violações dos direitos humanos que ocorrem a cada hora, a cada minuto e a cada segundo, de cada dia que passa.
Eu sei que cada vez que uma pessoa chega e dá um discurso, a audiência bate palmas e a coisa acaba ali. Caros irmãos e irmãs, não estou aqui para vos explicar em detalhe os problemas com que nos deparamos, pelo contrário, estamos aqui todos para encontrar uma solução para esses problemas. Todos vocês devem estar a questionar-se: qual é a solução? Creio que a única solução é a educação... a educação... a educação!
Com esta poderosa arma podemos combater a violência, o terrorismo, o trabalho infantil e a desigualdade. As únicas ferramentas necessárias são uma caneta e um livro, para nos guiarem rumo a um futuro esclarecido para todos e para cada um.
Hoje, gostaria de pedir a cada um de vós que fizesse uma pequena coisa. Esta pequena coisa é levarem uma caneta ao papel e pedirem aos vossos governos que se foquem na educação e que tomem medidas práticas.
É vital que a educação seja a sua primeira prioridade.
Quero viver num mundo em que a escolaridade obrigatória gratuita esteja disponível em todo o lado, para todas as crianças."