mercado da educação acelera o abaixamento do nível
Neste debate sobre a rede escolar das Caldas da Rainha, um dos representantes dos partidos políticos com acesso aos dados do concelho (isto é para elevar um pouco a coisa, que dados fiáveis por aqui são coisa de outro mundo) foi peremptório: só cerca de 40% dos alunos que frequentam o ensino secundário ou equivalente o fazem nas escolas com responsabilidade directa do MEC. Alguém acrescentou: essas escolas estão sublotadíssimas e dispõem de instalações com excelentes equipamentos e capazes de preencher todas as ofertas. Por outro lado, os tais 60% de oferta que estão entregues a outras entidades funcionam em instituições que durante anos retiraram alunos das escolas secundárias e que usaram os professores dessas mesmas escolas em regime de acumulação. Alguma da oferta nesta área recorre mesmo aos lamentáveis cursos de "vão de escada".
A ideia de desregulação do mercado é, hoje não restam dúvidas, desastrosa. Milton Friedman seria o primeiro a reconhecer. Os totalitarismos ideológicos não convivem com a democracia e a necessidade de regulação é fundamental para contrariar a natureza maléfica e mais animalesca da condição humana. A ideia de mercado aplicada à Educação numa sociedade ausente como a nossa é ainda mais arrepiante como se vai comprovando.
Já algum tempo que tenho por aqui uma email proveniente de outro concelho do país sobre a oferta no secundário. O email está identificado e tem detalhes de fazer abanar a cabeça na horizontal.