uma espécie de estado de sítio
A rede escolar das Caldas da Rainha, e a exemplo de outros concelhos do país, está num estado de sítio que nos devia envergonhar como país. As ideias de negócio na Educação, lógica de mercado, privatização de lucros no universo escolar, "liberdade" de escolha da escola e rankings escolares com base em resultados de exames numa sociedade imatura, ausente e viciada no faz de conta, fizeram estalar os vernizes quando os cortes a eito provocaram a vaga impressionante de injustos e brutais horários zero entre os professores das escolas públicas. O chico-espertismo associado à ideia de promoção social-dê-lá-por-onde-der, transformou a caça aos alunos, desde logo pelos que evidenciam melhores resultados, numa guerra com detalhes chocantes.
Os contornos destas disputas são antigos, mas emergiram quando a privatização de lucros se tornou obscena. Há uns anos, e sobre este concelho, escrevi assim: "(...)edificaram inconstitucionalmente junto às escolas do estado – tentaram derrotar-lhes a fama e cobiçar-lhes os melhores alunos – inflacionaram as notas, colocaram professores sem concurso e em regime de amiguismo, construíram os rankings e já só falta subtrair uma boa fatia aos orçamentos. Uns grandes profissionais, sem margem para dúvidas. Um golpe perfeito, digamos assim(...)."