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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

a quadratura do círculo de portas

02.07.13, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

Paulo Portas, num jeito habilidoso e oportunista, tentou fazer em várias frentes a quadratura do círculo que consistia, desde logo, em simular a recuperação centrista da quase inexistente democracia-cristã para disfarce da génese PP da maioria do seu partido. Promoveu as políticas austeristaristas e do estado mínimo, mas disfarçava-as com uma guerrilha interna no Governo e na coligação pensando que a habilidade centrista lhe garantia votos futuros.

 

Olhando do sistema escolar, percebia-se o seu compromisso com cooperativas de ensino da pior lógica PPP (também caras a uma parte do PSD e do PS, que não escapam a quadraturas semelhantes), que precariza até mais não o exercício dos professores (e daí a obsessão com a aproximação do público ao privado), que disfarçava com o acolhimento cristão das cooperativas de índole religiosa. Só que as segundas estão há muito enraizadas e, ao contrário dos poderosos interesses das primeiras, pretendem apenas ficar onde o Estado não existia e garantir a escolha do ensino em instituições religiosas. Este pequeno exemplo de quadratura do círculo pode ser transferido para outras áreas da governação, já que o sistema escolar transformou-se, para nossa desgraça, num verdadeiro laboratório da política partidária.

 

O grave problema que atravessa o regime democrático português só é possível porque a combinação impossível de três mundos, o austeritarista do Estado mínimo, o da corrupção e o da defesa da democracia, não é exclusiva do partido de Portas e alarga-se, como se tem visto nas últimas décadas, aos partidos do arco governativo e com uma dimensão que nos trouxe para onde estamos.

 

 

 

 

 

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