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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

o fim do princípio

04.12.08

 

 

 

Assiste-se ao momento da mais completa desorientação por parte de um governo que desrespeitou de modo indecente os professores portugueses e a escola pública.

  

Imbuído de uma sentença mencionada de reformista, o que lhe garantiu, desde logo, o apoio da maioria da população e dos fazedores de opinião, o actual governo do partido socialista (com apoio maioritário na Assembleia da República e o resguardo da cooperação estratégica com a presidência da República) escolheu, de modo displicente e apressado, um conjunto desastroso de políticas que deixaram ainda mais isolada a escola pública, e os seus professores, no desígnio de garantir um ensino de qualidade no serviço público.

 

E mais: deixaram a escola pública, e os seus professores, completamente expostos como a causa única das taxas de abandono escolar que tanto nos envergonham. 

 

Ora leia:

 

«Uma vez iniciada este ano uma avaliação séria dos professores, estarei totalmente aberta à discussão de alterações a este modelo e até à sua substituição, mas em anos seguintes, não neste», disse Maria de Lurdes Rodrigues, durante um debate de urgência sobre a avaliação de desempenho dos docentes pedido pelo BE.

Contudo, a ministra garantiu não ser «intransigente na defesa do modelo em vigor, mas apenas na defesa do princípio de uma avaliação séria e com consequências».

 

O que é isto?


A senhora ministra vai de recuo em recuo até encostar a uma parede composta, quase na totalidade, daquilo que sempre se soube: impedir que os professores progridam na carreira. Já é só isso que tenta salvar.

 

Tanta teimosia, tantas certezas, tantas humilhações aos professores para acabar a propor "estarei totalmente aberta à discussão de alterações a este modelo e até à sua substituição, mas em anos seguintes, não neste". 

 

Ironia das ironias: um governo com as características referidas mais as conhecidas manobras de intoxicação da dita opinião pública, acaba a suplicar perdão aos professores que tanto desrespeitou. E estes, cansados mas com a memória bem fresca, não perdoam e exigem o que a razão sempre lhes determinou. Que grande lição de democracia e de civismo está ser dada pelos professores do meu país: grupo profissional a que me orgulho de pertencer, com as latitudes que todos conhecemos. 

 

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