dos especialistas no accountability dos outros
Andará por aí amanhã um especialista norte-americano, convidado pelo MEC, a dizer que os professores devem ser responsabilizados pelo desempenho dos alunos. É um investigador oriundo da força aérea, e com passagem pelo MIT na área da economia, que acha que se o professor for eficiente pode ter turmas grandes e que deve ser avaliado pelos resultados dos alunos.
Fui oficial "Comando" (não voluntário, note-se bem) e dei instrução militar (aulas em regime de monólogo) a uma "companhia" ao mesmo tempo. Eram uns trezentos militares e escuso-me de caracterizar os critérios disciplinares subjacentes. Não piavam, apenas gemiam (isto é literal). Era um jovem adulto e ainda bem que não nos pagavam pelos resultados dos alunos.
Estas discussões redundantes já cansam um bocado. Sem sequer estar em causa a discussão sobre os critérios de eficiência no âmbito da docimologia, remeto-me para este algoritmo que começa assim: "A história dos sistemas escolares evidencia: sociedades com mais ambição escolar e com meios económicos que a sustentem atingem taxas mais elevadas de sucesso escolar.(...)"
A mesma edição do Público tem duas notícias, uma na online outra na impressa, sobre famílias com filhos em idade escolar (e cada vez são em maior número com estas características). O paradoxo das prioridades de MEC até arrepia. Mais valia convidarem especialistas em aulas no Bangladesh, com todo o respeito pela população desse país que nem conheço.
Na online diz assim:
Na impressa diz assim (dois filhos menores em idade escolar):