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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

mais com menos?

10.04.13, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

Quando Nuno Crato repete o chavão de que se fará mais com menos, sinceramente que não percebo a operacionalização da coisa. Se o sistema produzisse material (lembro-me dos alfinetes de Adam Smith) mais mensurável do que o vasto conhecimento das sociedades modernas, bastaria reduzir as pessoas e aumentar as horas de produção. Mesmo assim, qualquer manual de economia aconselharia a que se equacionasse a divisão do trabalho e a extensão do mercado para que os resultados não fossem inversos.

 

Portugal tem um despesismo ligado à organização e ao tratamento da informação (a estafada má burocracia) a que o sistema escolar não escapa. Embora essa realidade dificulte o ensino, os indicadores mais variados são peremptórios: fizemos muito mais porque envolvemos mais pessoas e mais recursos nas últimas décadas. A qualidade do ensino também teve avanços significativos e para todo esse progresso muito contribuiu a melhoria dos diversos indicadores da sociedade (redução da pobreza e por aí fora).

 

Foi isso que o Conselho Nacional de Educação veio hoje sublinhar (no linque indicado, no Público, encontrei o gráfico deste post) ao considerar dramática a situação do sistema escolar. Sobre o mesmo assunto, o Sol diz que os alunos portugueses chumbam menos e já têm melhores resultados do que alemães e franceses e o DN afirma que os alunos carenciados conseguem resultados acima da média.

 

O gráfico é elucidativo. Temos muito mais a fazer, mas com a carga curricular desenhada nos achamentos do actual ministro, com menos condições para a profissionalidade dos professores, com mais alunos por turma e com um modelo de gestão escolar que dificulta o apoio aos alunos com mais dificuldades e que lança menos condições organizacionais, os resultados piorarão e corre-se o risco de se perderem os avanços das últimas décadas. E tudo se agravará com uma sociedade mais pobre.

 

O investimento (no gráfico escreve-se despesa) em Educação já está com números de 2001 e em percentagem do PIB com indicadores semelhantes a 1989.

 

 

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