das escolhas
Passos Coelho, quiçá inspirado no modelo ultraliberal de Singapura (um paraíso fiscal para a corrupção que é severíssimo nos costumes com os fracos), acreditou que tinha a oportunidade histórica de aplicar um inédito Estado mínimo.
O seu radicalismo ideológico levou-o a afirmar, em Abril de 2010, que reveria a constituição antes das presidenciais e que iria para além da troika e do memorando. Não conseguiu a tal revisão, mas aplicou 70% dos passos da revolução preferida dos ultraliberais. O resultado é um flagrante falhanço.
Passos Coelho não tem condições para impor o que quer que seja à troika e ao eurogrupo. Se tivesse a consciência democrática bem apurada e respeito pela história de um país que raramente foi endinheirado, demitia-se e não continuava condicionado pelos seus patrões.
Paul Krugman fez o que prometeu, voltou à sua tese sobre a descida dos juros na Europa e é arrasador para os ultraliberais que governam o velho continente e Portugal. Para o Nobel da economia não há qualquer relação entre a austeridade e essa descida e publicou um gráfico favorável para a situação portuguesa. Mas diz mais.
“Esta descida dos juros não tem nada a ver com a austeridade”, sustenta Krugman no seu blogue no New York Times, atribuindo-a, antes, à intervenção do BCE na compra de dívida soberana dos países em dificuldades, nomeadamente Portugal.
Neste contexto, o economista critica a Comissão Europeia – que, na segunda-feira, elogiou a determinação do Governo português em prosseguir a política de austeridade apesar do ‘chumbo’ do Tribunal de Constitucional a algumas das medidas impostas – quando esta reclama para si e para a sua política os créditos desta descida dos juros das dívidas soberanas e alega que um abrandamento da austeridade levará a nova escalada.
Para Paul Krugman, esta posição da Comissão resulta do facto de a descida dos juros da dívida ser “o único resultado positivo que tem para apresentar após três anos de austeridade”(...)."