da subida do salário mínimo
A proposta da UGT, a que só a CGTP se opõe, que remete para o Estado o financiamento do aumento do salário mínimo com a redução da TSU, será mais uma história que explicará a encruzilhada em que estamos metidos.
O facto do secretário de Estado do emprego ser vice-presidente da UGT, a nomeação foi anunciada com o objetivo da concertação social e só é possível numa democracia em crise profunda, pode explicar qualquer coisa. Os últimos Governos do PS mantiveram uma promiscuidade inadmissível com sindicatos da Fenprof e o actual Governo exerce relações do género com sindicatos da FNE. A ausência de separação de poderes é grave para o Estado de direito, dei exemplos que conheço e é natural que se passem fenómenos semelhantes noutras áreas.
Ainda ontem se soube que em Espanha há relações muito pouco transparentes entre membros de Governos e chefes de sindicatos dos equivalente às duas centrais sindicais portuguesas e que envolvem milhões de euros.
Os ultraliberais de serviço, nas suas estafadas acusações de corporativismo, esquecem-se sempre do corporativismo (ler o post "da génese das corporações") das organizações patronais que parece incluir dirigentes sindicais. Este desequilíbrio é fatal para a democracia, como se comprova, e é denunciado desde o início até por quem pensou o liberalismo. Defender a liberdade individual, mesmo que até às últimas consequências, não significa usar o financiamento dos contribuintes para sustentar oligarquias com benesses ilimitadas.
Adam Smith (2010:179) em Riqueza das nações, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.