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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

balanço negativo, naturalmente

01.04.13, Paulo Prudêncio

 

 

 

Agrupamentos escolares afastaram pais, alunos e professores

 

 

"(...)Menos autonomia e maior fosso entre os problemas e os decisores. Directores, docentes, pais e especialistas fazem um balanço negativo da agregação de escolas. Ultrapassar as situações de isolamento das escolas, articular os vários níveis de ensino e combater o abandono escolar. Eis alguns dos princípios que nortearam a criação dos agrupamentos.(...)"


Há anos que o balanço sobre os agrupamento de escolas é negativo e não só se insiste como se aumenta a escala. Ninguém pode dizer que não foi avisado para os maus resultados.
Mesmo que a divisão administrativa do país seja o caos que se conhece e que isso se arraste ao sistema escolar, criar outra estrutura orgânica para o MEC, e que envolva as escolas, exige, desde logo, outro modelo de gestão. Não se pode projectar um modelo destinado, bem ou mal, a uma escola não agrupada e querer que se faça a gestão de dezenas de instituições.
Desde os organigramas do modelo ao preconceito providencial que evangeliza as cores que têm governado, o balanço negativo era mais do que esperado.
E nem é tanto a questão do unipessoal ou do colegial (embora num país tão propenso ao caciquismo essa questão nunca se deva desprezar), é o facto de passado o período de instalação apenas a escola sede ficar com o Conselho Geral, com a Direcção, com o Conselho Pedagógico, com a maioria do coordenadores de Departamento Curricular (uma estrutura inútil), com a totalidade dos serviços administrativos (num país com tanto apoio social, esta ideia choca com a realidade) e por aí fora. Só mesmo quem esteja para remar contra muitas marés conseguirá inverter o caos. E será muito difícil que o unipessoal cumpra o que a lei projecta.
É evidente que tudo isto beneficia as cooperativas de ensino. Nos concelhos onde a lógica de mercado está ao rubro, o continuado descrédito das escolas do Estado é uma espécie de dádiva do arco do poder. E nem vou pelas teorias da conspiração. Limito-me à impreparação e à incompetência.

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