tal como se previa (2)
Nuno Crato e o SE Casanova não disseram a verdade sobre os professores do quadro quando asseguraram que a mobilidade nunca se aplicaria a estes profissionais. E nem vale a pena usar o argumento de que há docentes sem componente lectiva. Isso só acontece por causa das drásticas reduções que se verificaram na carga curricular e na gestão escolar.
É fácil eliminar disciplinas ou semear o caos organizacional nas escolas e depois dizer que se tem professores a mais. Qualquer das variáveis provoca aumentos do abandono e insucesso escolares e são desaconselhadas por quem estuda estas matérias. No caso da gestão escolar e dos mega-agrupamentos, o processo em curso é mesmo inédito no mundo conhecido.
Também não adianta argumentar com a crise. O sistema escolar tem sido, há anos a fio, o mais depauperado dos sistemas públicos. O recurso dos governos ao outsourcing, a estudos encomendados a amigos e a algumas cooperativas de ensino que privatizam lucros devia envergonhar qualquer um.
Há já um dirigente escolar que acusa o MEC de querer "exterminar os professores, enquanto profissionais e como cidadãos". A desleladade governativa escolhe sempre a entrada em período de pausa lectiva para anunciar este tipo de coisas.
Professores com "horário zero" vão passar ao regime de mobilidade, anuncia ministério
"Tutela quer reduzir quadros de zona pedagógica, de 23 para sete, já para o próximo concurso.(...)"