mais revisionismo não, por favor
Avaliação docente em Portugal não correspondeu às boas práticas propostas pela OCDE
"(...)Nem os resultados obtidos pelos alunos podem ser ignorados na avaliação docente, nem esta pode ser efectiva se não tiver no seu centro o que acontece em sala de aula, defende a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) num relatório divulgado nesta sexta-feira.
Em Portugal, devido à forte contestação de sindicatos e movimentos de professores, foi deixada cair a proposta de Maria de Lurdes Rodrigues no sentido de os resultados dos alunos contarem para a avaliação docente, e a observação das aulas passou a ter, em regra, um carácter facultativo.(...)"
É bom que não fiquem dúvidas: o modelo de avaliação de professores de Lurdes Rodrigues era brutalmente injusto, inaplicável, um monstro burocrático e tinha aspectos análogos aos modelos considerados fascismo por via administrativa (estou a pesar bem o que escrevo). Não existe organização conhecida que sobreviva com um modelo com aquelas características e ponto final. Foi por isso que caiu a proposta de Lurdes Rodrigues. Foi a força da razão que provocou a queda, apesar dos entendimentos e acordos com todos os sindicatos.
Discutir nuances pode ter algum interesse, como é exemplo a inclusão dos resultados dos alunos na avaliação dos professores. Portugal está muito longe de reunir condições para essa inclusão que é desprezada na maioria dos países por impossibilidade informativa. Aliás, "(...)no seu relatório, a OCDE reconhece que será sempre difícil “identificar o contributo específico de um professor no desempenho dos alunos”, uma vez que a aprendizagem é um processo “influenciado por muitos factores”. “O efeito que os professores têm nos alunos é também cumulativo”, recorda-se, frisando que os alunos “não são só influenciados pelos seus professores actuais, como também pelos que tiveram antes”.(...)"
Ainda vamos observar coisas interessantes no âmbito do revisionismo. Sempre quero ver o que escreverão os fanáticos ideológicos do Governo, e que criticaram com justiça o modelo de Lurdes Rodrigues, quando o actual começar a caminhar.